BRITEIROS: março 2006 <$BlogRSDUrl$>








sexta-feira, março 31, 2006

"O pacificador"

Chirac anunciou, há pouco, que vai promulgar o CPE.
Cada vez se percebe menos se a caricatura do programa humorístico “Les Guignols de l'Info” é parecida com o personagem ou se é o personagem que é parecido com a caricatura.
Podia ter atirado para “touche” e pedido uma segunda discussão e votação da lei no Parlamento (pelo menos teria dado uma oportunidade ao primeiro-ministro de salvar os móveis). Preferiu a confrontação promulgando a lei. Ao mesmo tempo que promulga a lei pede que esta seja revista. Vá-se lá entender.
Há onze anos que a França tem um presidente surdo. A surdez física que veio a publico o ano passado só confirmou a surdez politica de que sempre padeceu.
Os europeus não precisam de ter medo da China ou da Índia. Com os dirigentes políticos que temos, nós próprios nos encarregamos do naufrágio.

:: enviado por U18 Team :: 3/31/2006 09:19:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Para melhor está bem está bem...

Em resposta à realidade de que fala CMC, a palavra de ordem nos países da UE tem sido reformar as instituições do mercado do trabalho. Em todos eles sem excepção os objectivos são os mesmos, mas os métodos variam. Por exemplo, os empregos são mais bem protegidos na Grã-Bretanha do que na Dinamarca, mas os subsídios de desemprego são muito mais elevados em Copenhaga, onde se considera que é preciso proteger “não os empregos mas os empregados”.
Ser reformista não significa necessariamente querer mudar as coisas. No caso do CPE, não se pode falar de uma reforma porque a mudança que ele introduz é de natureza regressiva. Para ser uma verdadeira reforma, seria preciso que ela reunisse quatro factores: uma sólida visão do mundo (que não existe nesta espécie de “liberalismo de Estado” francês), um diagnóstico minucioso das resistências à mudança, um envolvimento construtivo de todos os parceiros sociais e, conjuntamente com eles, consagrar todo o tempo necessário à concertação. Desde que lançou a ideia do CPE, o governo de Villepin não deu indícios de nenhum destes requisitos.
Diz CMC que o chefe do Governo francês, bem ou mal, está a dar uma resposta à realidade, contrariamente às forças sindicais e parte dos estudantes que não dão nenhuma resposta. Ou, como diria Cavaco Silva, deixem Villepin trabalhar!...
Mas Villepin já tinha o CNE (contrat nouvelle embauche), lançado no ano passado, também com um período de experiência de dois anos, mas limitado às pequenas empresas. Porquê então agora o CPE (contrat première embauche)? Não teria sido mais lógico testar primeiro os efeitos do CNE? Não teria sido mais “justo” alargá-lo depois a todas as empresas e todos os grupos etários, em vez de o limitar apenas aos menores de 26 anos?
Assim, a consequência mais espectacular do CPE é que se trata de uma medida que não só não produzirá quaisquer efeitos económicos, mas que, além disso, irá reforçar a ansiedade dos jovens. Não se pode mudar uma sociedade reforçando o medo social. Nos países escandinavos, por exemplo, a mudança não se faz com base na sanção e no medo, mas assenta nos moldes da confiança.
Finalmente, diz ainda CMC: o Primeiro Ministro francês procura dar uma resposta aos graves tumultos sociais que afectaram a França em Novembro passado. Precisamente! Será que, ao “não” à Constituição Europeia, aos graves tumultos sociais nos banlieues, à hospitalização do Presidente, havia necessidade de se dar ao luxo de acrescentar uma revolta estudantil?

:: enviado por JAM :: 3/31/2006 10:27:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

quinta-feira, março 30, 2006

O vlog do dia

Isso mesmo, leu bem: vlog, ou vídeo blog. A nossa vlogueira do dia chama-se Amanda Congdon, é americana, nasceu em Manhattan e tem um vlog chamado Rocketboom. A experiência é atraente, o que nos leva a perguntar: Para quando a nossa primeira videocast star portuguesa?

:: enviado por JAM :: 3/30/2006 11:54:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Escapadinha, escapadela...

Nova campanha de promoção do turismo interno para 2006: investimento superior a 2 milhões de euros. Acho curioso, para já, o nome do site: escapadinha. Uma ideia à portuguesa, aquele diminutivo característico do português manhoso, o tal dos brandos costumes, que, como canta o Chico Buarque, tem o coração a sangrar enquanto degola o inimigo... Porque não “escapadela”? Temor aos mal-entendidos, à Santa Madre Igreja que, lá no fundo, ainda tem muita influência por estas paragens?...
E lá vamos nós ter que pagar para vermos e ouvirmos a Mariza, o Mourinho e o Tiago Monteiro a tentarem convencer-nos a ir para férias cá dentro. Tenho o maior respeito pelos 3 como oficiais do seu oficio, mas, quanto a esta questão concreta, tenham santa paciência: será possível que ainda tenhamos de pagar para que tentem meter-nos na cabeça que é melhor gastar o nosso rico dinheirinho (que, ainda por cima, cada vez rende menos: cada vez sobra mais mês no fim do dinheiro...) com a hotelaria nacional?...
Não seria mais simples, mais barato e sobretudo mais honesto (esta palavra existe...) praticarem preços mais interessantes (para não dizer menos absurdos) e prestarem serviços de qualidade? É que basta rodar uns quilómetros para Norte ou para Leste, aproveitando já agora a gasolina que por lá se vende mais barata, e aí temos a vizinha España com uma oferta turística mais vasta e mais variada e uma melhor relação preço-qualidade. Até podemos ser patriotas, mas também temos de ser parvos?...

:: enviado por Manolo :: 3/30/2006 12:43:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

quarta-feira, março 29, 2006

Contrato Primeiro Engano

Os patrões europeus têm um sonho: ganhar tanto como o que julgam que ganham os patrões americanos e que os seus empregados tenham salários ao nível dos trabalhadores chineses.
Este sonho é alimentado pelos diversos governantes europeus que não estão verdadeiramente interessados em resolver o problema do desemprego. Estão interessados, sim, em resolver o problema dos números do desemprego. O que não é exactamente o mesmo.
O que se está a passar em França com o CPE é apenas uma consequência destas duas atitudes. [continua aqui]

:: enviado por U18 Team :: 3/29/2006 04:35:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

O capital humano e o CPE

Caro CMC:
Não me respondeu ao essencial: Como é que o CPE vai criar empregos (mesmo precários) para os jovens, quando os patrões franceses podem (e abusam de) fazer apelo gratuitamente a estagiários para os mesmos lugares?!...
Mas, como é óbvio, este seu post merece uma resposta mais profunda, não só com argumentos inerentes à realidade franco-francesa, mas também confrontados com a envolvente internacional a que se refere. Por agora, vou dar-lhe a mesma resposta que o Presidente Chirac deu hoje aos seus concidadãos: “falarei sobre o assunto nos próximos dias”!... Peço-lhe pois, a si e aos seus leitores do Tugir, um pouco de paciência, porque a questão é importante e dificilmente redutível a um pequeno post de blog. Fiquem atentos ao Briteiros, nos próximos dias...

Como aperitivo, deixo-vos apenas uma comparação:
Se a questão do CPE se pode resumir às suas particularidades que se prendem com a conjuntura económica, então suponho que os patrões esfregariam igualmente as mãos de contentes se pudessem negociar idênticos contratos com os seus fornecedores de maquinaria. Ou seja, “durante um período de dois anos, reservamo-nos o direito de vos devolver, sem justificação, as vossas máquinas. O preço a pagar será determinado em função do tempo durante o qual elas foram utilizadas”.
Esta hipotética cláusula não seria mais do que a transposição do CPE, do capital humano para o capital máquina.

:: enviado por JAM :: 3/29/2006 02:20:00 da tarde :: 3 comentário(s) início ::

O dia em que o Sol se esconde

É raro que um eclipse seja visível em tantos países. O de hoje começa no Nordeste do Brasil, atravessa a África, do Gana ao Egipto, um bocadinho da Europa (a ilha grega de Kastellorizo) e termina nos confins da Ásia, junto à fronteira da Rússia com a Mongólia. A sombra da Lua vai percorrer 14.500 km, das 08h36 às 11h48 em tempo universal, sobre uma banda de 180 km de largura. Na zona de penumbra à volta dessa banda o eclipse é parcial, visível como tal em Portugal a partir das 10h.

:: enviado por JAM :: 3/29/2006 07:01:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

terça-feira, março 28, 2006

É bom não esquecermos

Há 21 anos que reclamam justiça e estão a chegar ao fim do caminho de mil quilómetros que fizeram a pé entre Bhopal, a sua terra, e Nova Deli, a capital do seu país, a Índia.
Há 21 anos, a fábrica de pesticidas da Union Carbide Corporation instalada em Bhopal libertava para a atmosfera 40 toneladas de gás venenoso, o qual, nos 1ºs dias, matou 7.000 pessoas e, nos meses seguintes, outras 14.000. Hoje haverá uns 500.000 afectados, dos quais 100.000 são doentes crónicos.
Das 6 reivindicações básicas que estes 45 sobreviventes que se dirigem a N. Deli fazem, sob o lema “justiça ou morte”, a mais dramática é a de água potável, já que a água dos poços de Bhopal está carregada das substâncias químicas que se libertaram da fábrica de pesticidas. Exigem também que seja a empresa proprietária da fábrica que se encarregue de descontaminar a terra e a água que poluiu.
21 anos depois...

:: enviado por Manolo :: 3/28/2006 11:15:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Incerteza e apatia

A avaliar pelas sondagens, as eleições de hoje deverão dar origem a mais um executivo instável. O Likud deixou de ser um partido bloqueado pelos conflitos internos após a saída de Sharon. O partido trabalhista deixou de se resignar a ajudar a manter no poder Sharon. O Kadima deixou de estar na posição contraditória em que o deixou Sharon: determinado a manter as fronteiras de Israel, sem parceiro com quem negociar, mas sem desejar agir unilateralmente. Tudo indica que, tal como das outras vezes, o partido vencedor não vai poder governar sem apoios.
Como escrevia na Sexta-feira o jornal HAARETZ, próximo dos trabalhistas, “estas eleições são um referendo. Quem quiser perpetuar o controlo de Israel sobre o povo palestiniano que vote nos partidos de direita. Quem admirar Olmert, que se apresenta às eleições com o plano da retirada de uma boa parte dos colonatos da Cisjordânia, deve votar no Kadima, nos trabalhistas ou no Meretz, que também apoiam esse plano. Nestas eleições, toda a apatia, todo o alheamento, toda a imaturidade, toda a exigência de objectivos politicamente inatingíveis poderão facilmente dar a vitória à direita”.
A direita que quer continuar a destruir a Palestina. E a esquerda que quer continuar a reparti-la... mas à sua maneira. Por isso, independentemente dos resultados destas eleições, vai sem dúvida continuar a guerra dos buldozeres. Uma guerra total, feita não apenas contra as populações, mas contra o próprio território. A ilusão do Kibutz, em vez de transformar o deserto num jardim, está a transformar os jardins em deserto e destruição.

:: enviado por JAM :: 3/28/2006 10:02:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

segunda-feira, março 27, 2006

O paraíso soviético perdido

A situação na Bielorrússia de hoje é essencialmente a mesma que era em 1992. É certo que o país se tornou independente e se desenvencilhou dos “cripto-comunistas”, mas continua a ser essencialmente um Estado soviético, tanto nas estruturas como na cultura política: um Estado que ainda não sabe como sobreviver nem como se adaptar num mundo em que a URSS deixou de existir.
Quanto aos bielorrussos, estão, segundo a fórmula do Dr. Jakub Basista (da Universidade Jagiellon de Cracóvia), “gratos a Lukashenko por lhes ter oferecido a estabilidade. Não são livres, mas os preços são estáveis. Não têm acesso aos media independentes, mas têm trabalho. Não podem viajar, mas têm água corrente e quente”.


Dá que pensar!... Neste mundo cada vez mais globalizado em que a precariedade neo-liberal não pára de arrasar esperanças e semear incertezas, o preço a pagar pela liberdade parece ser cada vez mais elevado.

:: enviado por JAM :: 3/27/2006 06:06:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

Há 37 anos, falecia Mário Sacramento

Nasceu em Ílhavo em 1920, tendo cursado medicina na Universidade de Coimbra. Pelo exercício da sua actividade profissional, desde cedo procurou Aveiro, aqui se radicando em 1957. Humanista de coração e seguindo uma linha ideológica marxista, desde cedo se afirmou como opositor à governação salazarista, advindo-lhe daí várias prisões e prejuízos sociais e económicos. Figura de militância no Partido Comunista Português, esteve sempre presente (vivo ou morto) nos Congressos de Oposição Democrática realizados em Aveiro. Morreu em 1969 (27/03/69) .Temido pela força dos seus escritos que tantas vezes foram de difícil publicação pela acção controladora da PIDE, ainda assim deixou importantes contributos literários que, em grande parte, só viram a luz do dia após a sua morte. Desses contributos salientam-se: Na ante- câmara de Eça de Queirós (1943); Fernando Pessoa - poeta da hora absurda (1953); Fernando Namora - o Homem e a obra (1967); Há uma estética Neo-realista? (1968); Carta Testamento (1973); Diário (1975); Palavras de Mário Sacramento (1984);
Após o 25 de Abril, o seu nome emergiu como bandeira da resistência, em diversas homenagens póstumas, figurando hoje na toponímia da sua cidade natal (Ílhavo) e na cidade que o acolheu como seu filho (Aveiro).
in aveirana.doc.ua.pt
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Na sua Carta - Testamento, a terminar, escreveu: "Façam um mundo melhor,ouviram? Não me obriguem a voltar cá!.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Lamentavelmente camarada, hoje mais que nunca, estamos à tua espera!!!

:: enviado por ja :: 3/27/2006 05:45:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

O drama das reformas... em Inglaterra

Os reformados ingleses voltaram a desfilar nus pelas ruas de Londres, para chamar a atenção para a angústia da sua situação. Na Grã-Bretanha, o sistema de reformas tem uma componente estatal, bastante magra, que é completada por pensões complementares, provenientes das poupanças feitas pelos trabalhadores, que as investem em todo o tipo de aplicações financeiras, desde PPR ao imobiliário, passando por obrigações e acções. O sistema funcionou bem nos anos 90 com a subida da Bolsa, até ao crash. A partir daí, assistiu-se a todo o tipo de artimanhas, num sistema em que as normas de prudência na gestão e controlo são muito fracas. Certos gestores arriscaram demasiado nas acções, em detrimento de investimentos mais seguros. Certas empresas deixaram de cotizar julgando que a subida da cotação dos fundos garantiria só por si um rendimento suficiente e o próprio Estado em 1997 (obrigado Sr. Gordon Brown!...) decidiu subtrair desses fundos cinco biliões de libras todos os anos.
Resultado: alguns desses fundos declararam falência e os seus subscritores viram as suas pensões amputadas das respectivas porções complementares, que representam entre um terço e dois terços do último salário. Daí a manifestação de cerca de 80.000 reformados que alertam para a sua triste sorte, da maneira drástica que se pode ver. Tony Blair responde simplesmente que “não são os contribuintes que terão de pagar as perdas das empresas privadas”...
Este problema, socialmente dramático, da falência de muitos fundos de pensões mal geridos faz sobressair o problema conhecido na Grã-Bretanha da fragilidade das reformas face ao impacto da demografia que, como em Portugal, está extremamente desequilibrado. A Grã-Bretanha foi apanhada completamente desprevenida face ao problema, que é ainda maior que o nosso, já de si longe de ser perfeito. Os poderes públicos britânicos, que se encobrem agora por detrás do carácter privado desses fundos, fizeram na altura a sua promoção junto do público e beneficiaram indirectamente deles, por via do alívio da pressão que existia sobre o sistema do Estado, que eles tinham obrigação de sustentar. Para além disso, o Estado esqueceu em todo o processo o seu papel de polícia e de controlo régio, que era o de assegurar a gestão, o nível de risco, o carácter obrigatório das cotizações das empresas e dos trabalhadores e o equilíbrio dos regimes de pensões face aos fundos recebidos e aos compromissos futuros.

:: enviado por JAM :: 3/27/2006 10:51:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

domingo, março 26, 2006

Sauve qui peut?

Maio de 68 já lá vai. Estamos em Março de 2006.
A actual revolta dos jovens, em França, não pretende achar a praia debaixo dos paralelos das ruas, limita-se a ser um grito de revolta contra a total precarização do emprego (e, portanto, da vida, porque o emprego, para a maioria das pessoas, é indispensável à sobrevivência). Estamos a assistir, em França, a uma tentativa, por parte da direita (i.e., por parte do grande capital — chamemos os bois pelos nomes!) de impor a lei da selva no mercado de trabalho, para já só para os menores de 26 anos, mas, com toda a certeza, no futuro próximo, para todos os grupos etários. Por conseguinte, sair para a rua e manifestar o seu protesto e a sua oposição a esta medida do governo é o mínimo que os jovens podem fazer: estão em causa a sua dignidade e a sua própria sobrevivência.
Que seja a direita a ter a iniciativa politica (Villepin avança com a lei e Sarkozy com a policia de choque), que sejam provocadores de direita a fazer das manifestações arruaças violentas, que haja comentadores aqui em Portugal que digam que os manifestantes defendem privilégios e não direitos (os tão falados direitos humanos) não admira: estamos, na Europa, já há algum tempo, em fase de refluxo e começa a tardar a hora em que a esquerda retome a iniciativa e contra-ataque, enfrentando e travando este darwinismo social que ensombra o horizonte.

:: enviado por Manolo :: 3/26/2006 09:19:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

sábado, março 25, 2006

Plantar para colher

Este governo pode ser acusado de muita coisa mas não de ingratidão:
Vital Moreira, um dos galhardos cavaleiros que tem quebrado as suas lanças pelo governo, foi agora nomeado membro do 1º conselho de supervisão da EDP. Ora toma!
Aguarda-se que chegue a vez da Joana Amaral Dias…

:: enviado por Manolo :: 3/25/2006 11:36:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Será que isso se aplica ao país todo?

Sócrates referiu hoje que “os relatórios internacionais e nacionais dizem aos políticos que os blocos de partos não estão em condições de funcionar porque não cumprem os standards internacionais”. Por isso defende o seu encerramento.

:: enviado por JAM :: 3/25/2006 09:55:00 da tarde :: 3 comentário(s) início ::

A religião é a solução

Ouvimos muitas vezes dizer que as religiões são, em si mesmas, portadoras de violência. Trata-se sem dúvida de um contra-senso, mas de qualquer modo aquilo a que chamamos a cultura “religiosa” está cheio de contra-sensos. O homem ocidental é uma espécie de primata quase sempre seguro da justeza das suas convicções.
Mas, é preciso acabar de vez com essa falsa ideia segundo a qual as religiões são violentas. Muitas vezes, é o contrário que é verdadeiro. Muitas vezes, a ausência de religião é mais destruidora que a consagração a uma fé. Os crimes de Estaline, por exemplo, são devidos a uma religião? As barbaridades nazis foram cometidas em nome de Deus? E que dizer dos massacres ordenados por Pol Pot? O mais que se pode dizer em relação a estas matanças é que todas elas são doutrinárias.
São inúmeras as atrocidades cometidas pelos humanos que nada têm a ver com religião, mesmo quando fazem uso de um pretexto “religioso”. Nesse sentido, a nossa ignorância do Islão é colossal e, frequentemente, vemos essa ignorância ser veiculada pelos meios de comunicação. E isso abre a porta a todo o tipo de confusões.
As sociedades humanas são violentas porque o homem, em todos os tempos e em todos os lugares, é um animal violento. O que lemos imensas vezes na História é que a “religião” foi usada como pretexto para exercer violências, para obter mais proveitos e para obter mais poder.

Serve esta longa introdução para anunciar que a informática que, como sabem, em todos os domínios está ao serviço do homem e dos seus grandes anseios, inventou uma aplicação que permite optimizar o uso da religião mais adaptada a qualquer tipo de situação.
Se você pretende impressionar o seu novo patrão que é judeu. Se acha que a sua vida de bom cristão está em perigo. Se deseja tornar-se budista por algumas horas, só para poder brilhar no jantar do movimento New Age para que foi convidado na próxima semana...
Agora, com o Plug’n’Pray você poderá mudar rápida e facilmente de religião. Escolha um Deus e Plug’n’Pray ensiná-lo-á a rezar através do computador. Sem ter que passar por longos e aborrecidos rituais de conversão. Neste século das religiões, só as verdadeiras guerras santas permitirão formar e derrubar as novas fronteiras. Plug’n’Pray é a solução!...

:: enviado por JAM :: 3/25/2006 04:00:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Internet Blog Serial Number

Esta manhã, ao limpar o pó aos links do blogroll aqui à direita, dei uma espreitadela ao Ponto Media, do António Granado, e reparei que tem um registo ISSN 1645-2208. Lembrei-me então que, em Fevereiro passado, a administração espanhola havia recusado, a um professor de inglês, José Ángel García Landa, atribuir um ISSN (International Standard Serial Number) ao seu blog.
Dessa recusa nasceu o IBSN (Internet Blog Serial Number). Não percebemos ainda bem para que serve, mas achámos que, se blog que se preze tem que ter um IBSN, deveríamos criar o nosso. O que significa que, a partir de agora, o Briteiros tem o seu código de barras.

Para obter um IBSN, clique aqui. O código deverá ser composto de 10 algarismos separados por traços.

:: enviado por JAM :: 3/25/2006 11:08:00 da manhã :: 2 comentário(s) início ::

Coincidências... ou talvez não!!!

ARGENTINA - 24 de Março de 1976



Golpe militar que instalou a mais sangrenta e brutal ditadura militar da história da Argentina.
Saldo: 30.000 mortos e desaparecidos e ... cerca de 500 crianças retiradas a seus pais e entregues a militares ou familias estranhas!!!

EL SALVADOR - 24 de Março de 1980



O Arcebispo Óscar Romero é assassinado durante a celebração de uma missa. A denúncia dos 1015 assassinatos perpetados pelo poder( de Janeiro a Março!!!),a corrupção instalada e a miséria a que está sujeito o Povo ( 50% da população vive com menos de 10 dóllares por mês!!! ) ditam a sua sentença de morte.

Coincidência... ou talvez não : a "Mão do IMPÉRIO" estava lá!!!


:: enviado por ja :: 3/25/2006 09:21:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

sexta-feira, março 24, 2006

Será que a União Europeia se enganou nos objectivos?

Longe vai o tempo (1985) em que o presidente da Comissão — na circunstância Jacques Delors — mobilizava os chefes de Estado e de governo da União, dizendo-lhes que “no dia em que realizarmos de facto os objectivos do Tratado de Roma, de criar um grande espaço comum sem fronteiras com liberdade de circulação de bens, serviços, capitais e pessoas, daremos um estímulo extraordinário às nossas economias”. Mais de vinte anos depois, essas quatro liberdades continuam no centro do projecto comunitário. Os dirigentes europeus continuam a defendê-las nas suas tentativas de relançar a estratégia de Lisboa, que deveria destinar-se a melhorar a competitividade e o crescimento na Europa.
Paradoxalmente, essas mesmas quatro liberdades têm motivado o movimento às arrecuas da construção do grande mercado, que é um dos fundamentos da Europa unida: A livre circulação dos serviços? Basta pensar nas propostas do ex-comissário Bolkestein e no modo como elas facilitam o dumping social. A livre circulação de capitais? O furor com que alguns governos tentam bloquear as OPA em sectores estratégicos como o da energia é a prova evidente de que não existe. A livre circulação de pessoas? A existência de medidas restritivas impostas por alguns países em relação aos trabalhadores provenientes dos novos Estados da União mostra que também ela não funciona totalmente. Ou seja, a integração europeia tarda em tornar-se realidade, vitima de um nacionalismo económico disfarçado de patriotismo.
Isso significa que a Europa da livre circulação, que muitos pretendem nivelar pelo mínimo divisor comum, jogando sobre as disparidades nacionais, não faz mais do que promover a concorrência entre os Estados, o que acaba por funcionar ao contrário dos objectivos que se pretendiam, provocando o regresso da elevação de novas barreiras e favorecendo ainda mais o ressurgimento dos velhos nacionalismos.
Para sairmos deste círculo vicioso, a única solução é avançarmos para verdadeiras políticas comuns. Mas os reflexos patrióticos são muito mais fortes e a solidariedade é mínima. Sim a uma política europeia de energia, dizem os 25, mas na condição que ela respeite a soberania dos Estados e se contente em introduzir um pouco de coerência entre as políticas nacionais.
Será que a União Europeia se enganou nos objectivos?

:: enviado por JAM :: 3/24/2006 11:16:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

quinta-feira, março 23, 2006

A Madeira é um jardim?

Não sou madeirense.
Não consigo perceber porque é que a maioria dos madeirenses, de há 30 anos para cá, teima em votar sempre no PSD local.
Fazem obra? Está bem, mas assim também eu. Será que o PS local, o CDS local, o PCP local ou o BE local não fariam a mesma obra (e talvez mais e melhor) se utilizassem os mesmos estratagemas de Jardim? E com a vantagem, não desprezível, de não nos forçarem a aturá-los, a ele e à sua trupe?
Há dias, os jornais (pelo menos, os jornais “cubanos”) relataram parte do historial par(a)lamentar de algumas das figuras gradas do PSD-Madeira, com destaque para o lider e para o seu n.º 2, Jaime Ramos. Desde insultos a ameaças verbais e tentativas de agressão física a deputados de outros partidos, e inclusive a um ou outro, menos alinhado, da sua própria bancada, tem valido tudo.
Como é possível tolerar isto?
Uma coisa é ser frontal, outra, muito diferente, é ser boçal.
Uma coisa é argumentar, outra é insultar.
Está visto que o “bom povo” da Madeira (e Porto Santo) não vai dar à população decente deste país, que também os inclui, a alegria de mandar às malvas aquela tropa fandanga. E até agora as autoridades de Lisboa (Governos, PRs, Parlamento) têm comido e calado, pelo que daqui também nada se pode esperar.
Resta-nos, portanto, o direito à indignação, tanto mais que este governo actual, tão preocupado a facilitar a vida aos contribuintes (pelo menos, é o que eles não se cansam de dizer), ainda não nos dá a possibilidade de sermos objectores fiscais, podendo escrever, lá num cantinho da declaração do IRS, que nos recusamos a dar o nosso rico dinheirinho, que cada vez nos custa mais a ganhar, para sustentar este tipo de situações.

:: enviado por Manolo :: 3/23/2006 10:53:00 da tarde :: 3 comentário(s) início ::

Conflito de gerações


© desenho de Herrmann

As manifestações dos estudantes em França, independentemente de todas as recuperações anexas que sempre acontecem nestas situações, constituem, na minha opinião, uma mensagem de esperança.
O que tenho experimentado recentemente tanto no local de trabalho como no meio académico tornou-me bastante céptica em relação à defesa de certos direitos sociais dos trabalhadores.
As reacções que tenho visto na geração entre a minha e a destes jovens que agora se manifestam poderiam resumir-se a “cada um que se amanhe”. É de tal maneira um padrão de comportamento uniforme que me convenci que lhes ensinavam nas escolas e universidades a “lei do mais forte”. Sinto-me sempre chocada quando vejo que direitos pelos quais os nossos pais tiveram que lutar e pelos quais pagaram muitas vezes um preço bastante elevado, são postos em causa em nome do individualismo e do “carreirismo” desenfreados.
Porque sou mulher e mãe, o exemplo que mais me choca é a licença de parto. Trata-se de um direito pelo qual muitas gerações de mulheres lutaram e que ainda por cima está justificado por razões de saúde. Fico naturalmente furiosa quando ouço estes casos de jovens mães que vão dar à luz na maternidade e levam na bagagem o computador para começarem a trabalhar assim que a criança estiver cá fora.
Situações como esta têm-se tornado tão frequentes que me convenci que as gerações futuras iriam ser todas moldadas por este molde. Cheguei mesmo a pensar que iria dar-se um retrocesso considerável nos direitos sociais dos trabalhadores visto ninguém parecer estar disposto a defendê-los.
Por este motivo, acho que esta mobilização dos jovens demonstra sobretudo, independentemente da justeza da causa que defendem, que os jovens são capazes de reagir e de se organizar para defenderem algo em que acreditam. Sinto-me mais confiante no futuro e espero que os meus filhos, que são a geração a seguir à que agora manifesta nas ruas, possam seguir o exemplo dos mais crescidos.

:: enviado por Anónimo :: 3/23/2006 02:57:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

A trégua da ETA

A palavra chave do surpreendente comunicado da ETA é o adjectivo “permanente”. Trata-se, com efeito, da mesma palavra que, em circunstancias similares, usou o IRA, cujo modelo a ETA tem seguido. O comunicado de ontem evita falar directamente em “autodeterminação”, mas deixa claro que o objectivo do cessar fogo não é apenas acabar com a violência, mas sim concretizar o programa político que consiste no “reconhecimento dos direitos que como povo nos são devidos” e acrescenta que Espanha e França deverão aceitar “sem limitações” esses direitos e respeitar “a decisão dos cidadãos bascos”. Após mais de trinta anos a ignorar os desejos de paz da grande maioria da população basca e de se terem acumulado mais de 800 mortos, soa algo estranho este apelo ao respeito da decisão dos cidadãos.
Por enquanto, o propósito do governo espanhol é sensato. Tal como fez John Major em 1994, quando afirmou pretender “verificar” o alcance do anúncio da trégua do IRA, também Zapatero pediu um tempo para confirmar a vontade da ETA. A distinção entre contrapartidas políticas e medidas de indulto para os presos é artificial, já que qualquer contrapartida será política. Mas deixa algum espaço de manobra para marcar a fronteira entre as contrapartidas possíveis e as impossíveis.
Também a reacção do PP é animadora. Ao afirmar que “não se pode dialogar com terroristas enquanto eles mantiverem a sua vontade assassina de utilizar o terror”, deixa subentender que, se for dado um sinal inequívoco do abandono da violência, esse diálogo é possível.

:: enviado por JAM :: 3/23/2006 10:04:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

A água envenenada

A France5 transmitiu nesta Quarta-feira, Dia Mundial da Água, um filme sobre os poços de água potável do Bangladesh. Verdadeiro pesadelo, descoberto em 1995, a reportagem, intitulada “A água do diabo”, revela imagens de uma estação de tratamento que consegue retirar apenas uma parte do arsénico contido nas águas freáticas que abastecem as populações, despejando os resíduos fortemente contaminados desse tratamento no rio vizinho, que serve para irrigar os campos. As ajudas internacionais estão prometidas desde 1998, mas têm tardado tanto tempo a chegar que a situação vai acabar por matar lentamente populações inteiras.
Decididamente, ontem não devia ter deixado a RTP. Ter-me-ia poupado imagens infinitamente mais tristes do que ver o Sporting ser eliminado daquela forma da meia-final da Taça.

:: enviado por JAM :: 3/23/2006 07:03:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

quarta-feira, março 22, 2006

Mais um caso resolvido... a bem da Nação.

Eu fiquei muito mais descansado após a conclusão do inquérito parlamentar sobre o caso Eurominas: o Estado, com a ajuda absolutamente desinteressada dos socialistas António Vitorino, Vitalino Canas, José Lamego, José Junqueiro e Narciso Miranda, afinal pagou 2,4 milhões de euros de indemnização àquela empresa, quando, segundo reza a declaração de voto (vencedor) do PS na comissão de inquérito, poderia ter sido obrigado a pagar 80 milhões. Ora toma!
A gente paga regiamente aos nossos gestores de topo, mas, que diabo!, ninguém que não esteja de má-fé pode dizer que é dinheiro atirado à rua... E ainda há por aí uns mal-agradecidos que sugerem que deveríamos importá-los de Espanha ou da Finlândia...

:: enviado por Manolo :: 3/22/2006 07:03:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Bombeiros ameaçam não apagar fogos fora do seu concelho


:: enviado por JAM :: 3/22/2006 02:57:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

O espaço político do PSD (2)


© desenho de Bandeira

Terá o PSD batido tão no fundo que a única coisa que lhe resta exibir publicamente é o momento em que procura arrumar a casa? Pior: a vida partidária desvirtuará de tal forma a realidade de quem nela se envolve ao ponto de fazer passar a ideia de que nós votamos com mais convicção num líder que se submeteu a "directas"? Em pratos limpos: isso interessa a alguém? Fará sentido ter minutos intermináveis de televisão com aquele estapafúrdio debate?

De facto, se no país pouco ou nada mudou para melhor desde que o governo de Sócrates tomou posse há cerca de um ano, também pelas bandas do principal partido da oposição se poderá dizer exactamente o mesmo que escrevemos aqui há mais de um ano, em Fevereiro de 2005.

:: enviado por JAM :: 3/22/2006 11:18:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

terça-feira, março 21, 2006

A selva em Paris

Não. Hoje não venho falar-vos das manifestações contra o Contrato do Primeiro Emprego do governo de Villepin, nem do jovem sindicalista que está em coma, no hospital, só porque (talvez por ter bebido um copito a mais — não é crime, não estava a conduzir), não conseguiu a agilidade suficiente para fugir à carga policial (estava de costas) e, estendido por terra, foi longamente pontapeado pelos homens do corpo de intervenção que, ao vê-lo quase morto, lhe recusaram qualquer tipo de socorro.
Não, hoje não vos venho falar disso...
Hoje, venho falar-vos de uma selva mais bela, da famosa selva do Douanier Rousseau, em exposição no Grand Palais de Paris, cujas obras foram inspiradas mais no Jardim Botânico do que na floresta virgem, para representarem a sumptuosidade e a beleza da selva densa e inculta, com todos os seus terrores.
Não. Ao contrário do que afirmam os biólogos, a selva não está em vias de extinção.

:: enviado por JAM :: 3/21/2006 09:25:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

segunda-feira, março 20, 2006

Ao fim de três anos...!!!



Durão Barroso reconhece ter apoiado com base em informações não confirmadas

Três anos depois de ter apoiado a guerra no Iraque, o antigo primeiro-ministro português e actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, declarou ontem ter agido com base em informações «que não foram confirmadas». "... in Expresso"
E não se demite????

:: enviado por ja :: 3/20/2006 09:11:00 da tarde :: 3 comentário(s) início ::

Uma manhã em Haditha

É com este título, colocado por baixo da foto de uma menina de 9 anos de olhos perdidos no vazio, que a revista TIME conta a proeza dos militares do 3°.batalhão da primeira companhia de marines. A criança é a única sobrevivente da matança que lhe levou todos os membros da família, em 19 de Novembro de 2005, perto da cidade iraquiana de Haditha. Os soldados americanos terão assassinado, a sangue frio, por simples vingança, 15 civis desarmados, entre os quais 7 mulheres e 3 crianças, que se encontravam dentro das suas casas.
À medida que o tempo vai passando e que as peças do puzzle da invasão do Iraque se vão encaixando, ainda vamos acabar por ver subestimada a gravidade dos crimes pelos quais Saddam Hussein está a ser julgado, se os compararmos ao somatório das barbaridades cometidas pelos americanos. Felizmente (para eles) que os EUA não reconhecem o TPI.

:: enviado por JAM :: 3/20/2006 03:38:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

domingo, março 19, 2006

Emprego à dose

O Expresso revela este fim de semana que 51,7% dos portugueses dizem “nuclear sim, obrigado!”. O JSA referiu há dias, e bem, uma série de ameaças bastante pertinentes a ter em consideração sempre que se pensa na produção de energia atómica. Pela minha parte, gostaria, de vos falar de um outro perigo, menos conhecido, do nuclear.
Desconfio que grande parte dos portugueses que participaram neste “referendo” desconhece que a manutenção das centrais nucleares não se pode fazer sem intervenção humana. Essa intervenção é capital para garantir o bom funcionamento das centrais e prevenir possíveis acidentes nucleares. Nada de complicado. Trata-se simplesmente de verificar regularmente as condutas e as torneiras, os tubos, as cubas, as tampas. Muitas dessas operações são feitas mesmo no coração da central, onde a radioactividade contamina todas as estruturas e onde os riscos são crescentes devido ao envelhecimento das instalações.
Em França por exemplo, para salvaguardar na opinião pública a imagem do nuclear como energia limpa, as centrais nucleares criaram um sistema de gestão do chamado “emprego à dose”, que exclui os trabalhadores contratados logo que eles atingem um determinado limite de exposição às radiações ionizantes. Ou seja, a partir do momento em que um trabalhador ultrapassa a dose a que tem “direito”, deixa de poder entrar nas zonas contaminadas o que, para a maioria, significa ficar de baixa ou no desemprego total ou parcial.
É evidente que, há muito tempo que esses trabalhadores deixaram de fazer parte dos quadros das empresas que exploram as centrais nucleares e provêm agora de empresas subcontratadas, que empregam pessoal não qualificado e precário, vindo do exterior (normalmente dos países de Leste), verdadeiros “intermitentes do nuclear” que, por não terem a necessária experiência nem qualificação, estão muitas vezes na origem dos inúmeros incidentes recenseados nas centrais nucleares.
Como acontece com a problemática da co-incineração, em que muita gente se tem manifestado sem saber do que está a falar, seria bom que nos deixássemos, de uma vez por todas, de participar em “referendos” acerca de opções tecnológicas cujas consequências para a saúde e para o ambiente ignoramos.


:: enviado por JAM :: 3/19/2006 03:35:00 da tarde :: 3 comentário(s) início ::

A última ditadura europeia

Muito pouca gente poderá negar que as eleições de hoje vão ser uma fantochada. Para quem ainda tinha dúvidas, o actual presidente Alexander Lukashenko, o último ditador da Europa, encarregou-se de as desfazer ao ordenar a prisão de um dos seus opositores, o candidato social-democrata Alexander Kozulin, antigo reitor da Universidade de Estado e antigo ministro entre 1998 e 2001.
Se fosse possível transformar estas eleições numa nova “revolução colorida” como as que têm eclodido noutras antigas repúblicas soviéticas, o preferido do Ocidente seria o candidato da oposição democrática unificada, o físico Alexander Milinkevitch. Há ainda um quarto candidato, próximo do actual regime, Sergueï Gaïdoukevitch, que é uma espécie de correia de transmissão bielorussa do partido da extrema direita russo de Vladimir Jirinovski.
Sexta-feira, na televisão, Lukashenko foi eloquente: Deus queira que os nossos opositores não tenham a ousadia de contestar os resultados eleitorais no Domingo. Torcer-lhes-íamos o pescoço imediatamente. Como quem torce o pescoço a um pato.
É indispensável que o Ocidente deixe extremamente claro, tanto para Lukashenko como para os seus apoiantes russos, que o mundo observa de perto o que se passa na Bielorrússia. Desta vez, até o conselheiro de segurança americano Stephen Hadley tem razão, quando diz que não tem havido suficiente indignação, nem suficiente atenção internacional em relação a Lukashenko. Quanto mais indignação houver agora, mais facilmente se evitará um banho de sangue mais tarde.

:: enviado por JAM :: 3/19/2006 01:17:00 da manhã :: 5 comentário(s) início ::

sábado, março 18, 2006

Bush e a História


(imagem subtraída aqui)

Cerca de três anos volvidos sobre a invasão do Iraque e dois dias depois de o Exército dos EUA ter desencadeado o maior ataque desde o início da guerra, realiza-se esta tarde, no Largo Camões, em Lisboa, uma concentração contra a ocupação, acontecendo o mesmo amanhã, no Porto, na Praça D. João I.
Com a entrada em guerra dos americanos, em 19 de Março de 2003, George W. Bush selou o seu destino histórico. Tal como aconteceu com Franklin D. Roosevelt, cuja memória está ligada à Segunda Guerra Mundial, e Lyndon B. Jonhson, cujo mandato ficou ligado à guerra do Vietname, os analistas da presidência americana e até mesmo alguns conselheiros de Bush, prevêem que a História irá julgar o actual presidente pela sua decisão de lançar um ataque preventivo contra o Iraque e pelas consequências a longo prazo da primeira guerra americana do século XXI.
O jornal USA Today publicou os resultados de uma sondagem mostrando que dois terços dos americanos consideram a guerra no Iraque como o acontecimento de que nos lembraremos mais a propósito de Bush. Uma perspectiva tanto mais digna de louvor para o inquilino da Casa Branca se a compararmos com outra sondagem que revela que, nos Estados Unidos, a oposição à guerra é de 57% e que a popularidade de Bush caiu para 36%, ou seja, o seu nível mais baixo desde Março de 2003.

Adenda:
Vale a pena fazer uma visita ao Radical Russ que ilustra, de uma forma expressiva, o desencanto dos Red States e o efeito azul da queda da popularidade de Bush, desde as eleições de 2004.

:: enviado por JAM :: 3/18/2006 11:08:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

sexta-feira, março 17, 2006

Férias na montanha

Este ano, depois de muita insistência dos meus filhos, fomos para a montanha nas férias de carnaval. Quando posso, tento evitar estas férias de carnaval, mas de vez em quando lá tenho que fazer a vontade às crianças. Desta vez resolvi ir para duzentos quilómetros de casa porque da última vez tínhamos demorado um dia inteiro à ida e outro à volta para percorrer os seiscentos quilómetros até ao destino.
Desta vez, começámos muito bem. Demorámos certa de duas horas e meia para chegar ao hotel e até fizemos um piquenique pelo caminho. Enfim, um piquenique um pouco congelado com os cerca de dois graus negativos que fazia.
No dia seguinte lá fui levar as crianças às pistas de esqui. Uma paisagem lindíssima no alto da montanha. Tudo tem um ar imaculado assim vestido de branco. As pessoas deslocam-se todas de uma forma esquisita, calçadas com umas botas que devem pesar pelo menos um quilo e meio cada uma e que imobilizam a articulação do tornozelo. Além disso, cada um deles carrega mais uns quilos de material às costas (esquis, “batons”, etc.), sem contar com os quilos de roupa vestidos, e não esquecendo o gorro, o cachecol, as luvas, etc.
Ao fim do segundo dia, depois de duas noites na rua por menos quatro ou cinco graus, o meu carro, habituado que está ao conforto da garagem, deixou de pegar. A partir da terceira noite começou a nevar e todas as manhãs acordávamos com uma camada de neve acrescida de uns vinte centímetros.
Na véspera da partida, depois de ter finalmente posto o carro a trabalhar, as crianças pediram para os levar a uma outra pista de esqui para esquiarem com uns amigos. Com a neve a cair em permanência, por uma estrada de montanha cheia de curvas, subidas, descidas e neve, ao fim de uma hora e meia em primeiras e segundas velocidades, lá encontrámos os tais amigos.
No último dia, depois de termos enfiado todas aquelas malas e tralhas dentro do carro, os miúdos pediram para esquiar um pouco antes de nos pormos a caminho. Pouco depois de terem começado a esquiar, começou a chover e quando cerca das onze horas vieram ter comigo estavam encharcados dos pés à cabeça. Mudaram de roupa dentro do carro e rumámos a casa. A viagem correu bem. Estava a chover e as estradas estavam todas sem neve. A cerca de trinta quilómetros de casa, desata a nevar novamente e em cerca de quinze minutos a auto-estrada ficou completamente bloqueada. Demorámos cinco horas para fazer os dois quilómetros que nos separavam da saída seguinte da auto-estrada que nos permitiu de continuar o caminho pelas estradas nacionais. Conseguimos finalmente chegar a casa por volta das sete e meia da tarde. Aproveitámos a situação para combinar o almoço com o jantar e no dia seguinte tive oito máquinas de roupa para lavar.
Não há nada que valha um bom dia de praia !!

:: enviado por Anónimo :: 3/17/2006 10:32:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

quinta-feira, março 16, 2006

FRANÇA - 2006


Sei que estás em "festa", pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na "festa", pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim.

:: enviado por ja :: 3/16/2006 07:04:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

A água e a vida


Clique sobre a imagem para ver o filme

Dizem as estatísticas que, em cada dia, morrem 34 mil pessoas no mundo, por falta de água potável. Isso deveria dar que pensar, sobretudo num planeta que, à beira da paranóia, não pára de se alarmar com um “escasso” total de menos de uma centena de pessoas vitimada pela gripe aviária.
Mais do que o petróleo, mais que o gás, mais que o ar, o verdadeiro problema do mundo é a água. As guerras de amanhã serão guerras da água. Um em cada cinco habitantes do planeta não tem acesso à água potável. Um em cada dois não beneficia de uma ligação a uma rede de saneamento. A água é um recurso raro, mal repartido e, acima de tudo, desigualmente acessível. O acesso à água deveria ser um direito humano universal que deveria ser consagrado em todas as constituições e convenções internacionais.
É para discutir todas estas preocupações relacionadas com o “ouro azul” que decorre, de hoje até ao próximo dia 22, o 4° Fórum Mundial da Água.

:: enviado por JAM :: 3/16/2006 11:29:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

quarta-feira, março 15, 2006

Afinal quem são os terroristas?

O assalto de Jericó marcou o início de mais um capítulo da destruição obstinada de uma “Autoridade” palestiniana à beira da falência. Por um lado privada por Israel do dinheiro que é o seu e que serve principalmente para fazer funcionar as escolas e os hospitais. Por outro lado, acossada por americanos e europeus, que não encontraram melhor solução do que ameaçarem cortar os víveres, enquanto não sejam dados sinais de “comedimento” por parte do Hamas, que é actualmente a única força de estabilidade nos territórios palestinianos.
Pois bem, esses mesmos americanos e europeus aceitaram agora com singular moleza o raid militar israelita em pleno território palestiniano, com tanques, helicópteros, mísseis e centenas de soldados.
Depois da vitória do Hamas, reclamava-se que tudo se fizesse para que fossem privilegiados os “moderados” em detrimento dos radicais islamitas. Agora que esses “moderados” foram completamente ridicularizados, nenhuma voz se levanta.
Como pode a comunidade internacional exigir aos palestinianos que desmantelem as suas “infraestruturas terroristas” e ao mesmo tempo aceitar que Israel faça o que muito bem lhe apetece no interior dos territórios palestinianos?

:: enviado por JAM :: 3/15/2006 08:10:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Pois, pois...

"Em cinco milhões de empregos, por exemplo, 28 por cento foi conseguido através dessa pequena ajuda. " +++

:: enviado por RC :: 3/15/2006 06:50:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Pois...

"Segundo dados do próprio Gabinete de Segurança do ME, divulgados em Novembro, a violência escolar aumentou no ano lectivo de 2004/2005 com mais de 1.200 casos registados.

No total, foram contabilizados 1.232 ofensas à integridade física em estabelecimentos de ensino, que fizeram com que um total de 191 alunos, professores ou funcionários tivessem de receber tratamento hospitalar no passado ano lectivo." +++

:: enviado por RC :: 3/15/2006 06:44:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

O mundo em directo

O mundo mágico da Internet não pára de nos surpreender. Os internautas mais ávidos de informações em tempo real e do que se passa no mundo e arredores, vão certamente vibrar com estes dois utilitários que permitem conhecer, em cima da hora, toda a actualidade, à medida que ela vai surgindo dos quatro cantos do planeta.
Um é o What’s up?, o outro é Newsmap. Cliquem sobre as imagens seguintes, para os descobrir.

What’s up?Newsmap


:: enviado por JAM :: 3/15/2006 02:48:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

terça-feira, março 14, 2006

O desabrochar das OPA

A Primavera está a chegar e, com ela, as OPA desabrocham como as flores. Maravilhas do nosso jardim global, os projectos de fusão/aquisição abrem-se num frenesim de todas as cores e formas. De Lisboa a Washington, de Paris a Seul, orvalhadas pelos salpicos de uma imensa massa monetária à espera de vazão, florescem em todos os sectores, das telecomunicações à siderurgia, da energia à banca, visando a aproximação tanto de actores nacionais (BCP/BPI), como europeus (E.ON/Endesa) ou intercontinentais (Telkom South Africa/Portugal Telecom).
A oportunidade é favorecida por um período temporariamente pouco nublado, provocado pelas boas abertas da economia e pelo forte crescimento dos últimos três anos. As grandes empresas acabaram de limpar os balanços, algo perturbados pelos excessos financeiros da década de 90, mas animados pelo magnífico estado de saúde financeiro e os excelentes resultados record do ano passado. Agora, têm os bolsos cheios de dinheiro e, mais do que nunca, a possibilidade de aumentarem os seus recursos através de empréstimos que a banca generosamente lhes oferece, a bom preço. O que, diga-se de passagem, não vai durar muito, à vista dos tremeliques das taxas de juro, que fazem antever uma tendência para o encarecimento do dinheiro.
Mas, o vendaval das OPA seria muito menos diabólico se não tivesse por trás as altas pressões exercidas sobre os preços pela fúria crescente do consumismo. Com isso, as empresas crescem desmesuradamente para poderem ganhar o pricing power e concentram o negócio apenas naquilo que sabem fazer melhor, fazendo fazer o resto a outros, o que lhes permite dar mais uma volta no torniquete dos fornecedores. Uma vez concentradas sobre o núcleo duro do negócio, procuram a eficiência produtiva das economias de escala crescentes, transpondo cada vez mais os limites das fronteiras.
Todo esse turbilhão global gera enormes problemas de governança pública. O primeiro é o desfasamento crescente entre um poder político a nível nacional e um poder económico planetário, com todas as crispações sociais que daí advêm. O segundo é a premente necessidade de se desenvolver uma política de concorrência infinitamente mais potente e mais talentosa do que a que temos hoje.

:: enviado por JAM :: 3/14/2006 11:45:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

segunda-feira, março 13, 2006

A França face aos fantasmas da globalização

Tal como as OPA, as reformas do mercado do trabalho na Europa voltam à actualidade. Em França, a proposta do governo de Dominique de Villepin de instaurar um contrato de primeiro emprego (CPE), de caracter indefinido, para os jovens com menos de 26 anos, com a possibilidade de rescisão nos primeiros dois anos sem qualquer causa, desencadeou a contestação dos sindicatos e dos partidos de esquerda, que culminou com uma maré de manifestações por todo o país e com a ocupação pelos estudantes da mítica Sorbonne, o que acontece pela primeira vez desde Maio de 1968, obrigando à intervenção em força da polícia de choque.
Escreve o Liberation que depois do Estado de urgência nos bairros periféricos, assiste-se agora ao estado de sítio na Sorbonne. A França tem pois razões para estar preocupada com o seu governo detonante. Em cinco meses, conseguiu precipitar duas vezes a juventude nas ruas.

Os efeitos perversos do CPE levam inevitavelmente ao enfraquecimento dos mecanismos de segurança do emprego. Em primeiro lugar, porque a generalização desse tipo de contratos a prazo vai debilitar ainda mais os incentivos à formação contínua dos trabalhadores. E a falta de investimento em formação profissional implica uma redução da competitividade das empresas, com irreversíveis consequências negativas perante os desafios da globalização.
Uma segunda consequência é o impacto que terá sobre as expectativas dos indivíduos e, em especial, sobre a sua capacidade de endividamento, em idades em que o recurso ao crédito é indispensável. A proliferação dos contratos a prazo conduz a uma dualização da sociedade, entre aqueles que dispõe de uma capacidade suficiente para programar a sua existência — bem-estar, consumo, habitação — e aqueles que, por falta de estabilidade laboral, não podem fazê-lo.

A França reflecte neste momento a imagem cansada da Europa, entranhada numa imperturbável leveza intelectual que consiste em cantar o triunfo do liberalismo económico e político, a universalidade da democracia liberal ocidental, como um ponto final do governo humano. Enquanto isso, a Renault, empresa em parte pública, vai passar a produzir os seus novos topo de gama na Coreia do Sul.

:: enviado por JAM :: 3/13/2006 11:33:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

domingo, março 12, 2006

Prof. Freitas do Amaral,

Só hoje tive oportunidade de ler as suas declarações à saída de mais uma dessas reuniões da UE sobre o mundo árabe de que você tanto gosta. Desta vez, porém, além de repetir as costumadas tontices sobre o que você chama Ocidente, resolveu ainda apelidar os que o criticam de “ignorantes”. Assim, do estilo toma-lá-que-já-almoçaste.
O “ignorante” que eu sou não gostou (eu e, suponho, mais 60% dos portugueses, pelo menos a crer na Eurosondagem) e por isso resolvi tomar a liberdade de lhe escrever. Estando a vida difícil para todos e sendo os selos caros, dirijo-me a V. Exa. através deste blog, o que me fica muito mais barato. E perdoe-me se sentir da minha parte o mesmo desprezo altaneiro com que me chamou ignorante ... [continua aqui]

:: enviado por U18 Team :: 3/12/2006 11:07:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Para descontrair

O Sudoku tornou-se, em poucos meses, o jogo da moda. Desde que Wayne Gould o trouxe de Hong Kong para Londres, em 2004, e conseguiu convencer os editores do Times a publicá-lo, são cada vez mais os adeptos deste quebra-cabeças que tem conquistado populações em todo o globo e multiplicado concursos, clubes e livros. O jogo é muito fácil e toda a gente pode participar, bastando um pouco de raciocínio lógico. Se ainda não conhece, veja as regras aqui.
Para descontrair com este Cubo Mágico de século XXI, deixamos aqui uma das versões mais cómodas de jogar.

:: enviado por JAM :: 3/12/2006 05:34:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Lembrem-se: perguntar não ofende

Eu já estava meio enxofrado por não ter recebido uma condecoração do presidente Sampaio. Quanto mais não fosse por ser um exemplo mais ou menos típico do português zé-ninguém que trabalha, paga os seus impostos e vai aguentando isto tudo, uns dias com mais paciência, outros com menos (pelo menos, enquanto não me sair o Euromilhões, que também sou filho de Deus).
Depois, deu-se a passagem de testemunho entre o anterior e o actual PR, uma cerimónia de estadão, espantosa se pensarmos que todos os dias somos bombardeados com a ideia de que o país está em crise, que é preciso apertarmos o cinto, que o pior ainda está para vir (Sócrates dixit), e o próprio Sampaio foi medalhado.
Agora, leio nos jornais que escolheram 100.000 portugueses para serem imunizados contra a gripe das aves, os que “eles” (os passarões) julgam necessários para manter o país a funcionar. Não vou queixar-me de, mais uma vez, não se terem lembrado de mim. Pergunto apenas: se os tais 100.000 são os mesmos de sempre, os que têm mantido o país a funcionar estes anos todos, não seria mais razoável vacinar os “restantes” 9 milhões oitocentos e tal mil e deixar aqueles de fora?...

:: enviado por Manolo :: 3/12/2006 12:55:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

E o seu processo não terá fim

A morte de Slobodan Milosevic é sem dúvida uma má notícia para a justiça internacional. Ele era, até agora, a personalidade mais importante, julgada por um tribunal internacional por crimes contra a humanidade, desde o processo de Nuremberg. A nova justiça internacional já tinha perdido uma grande parte da sua transparência neste processo sem fim — já dura há quatro anos — em que as regras processuais foram mudando pelo meio e que os jornalistas desistiram de acompanhar. Esperava-se que a coerência do processo emergisse no seu veredicto final, no momento do despacho de pronúncia do tribunal.
A morte de Milosevic põe fim ao processo sem se venham a esclarecer judicialmente os seus crimes. A História já o julgou e, de qualquer modo, é pouco provável que o julgamento do TPI, na sua duração e complexidade, viesse a marcar realmente a opinião pública internacional. Mas, é de lamentar que um processo tão longo e dispendioso não atinja o seu fim simbólico. A justiça penal internacional assenta sobre a sua capacidade de sancionar mesmo os mais altos dirigentes: ainda não foi desta que a prova foi sustentada.

:: enviado por JAM :: 3/12/2006 01:20:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

sábado, março 11, 2006

Dois anos depois do 11-M

Na manhã de 11 de Março de 2004, dez bombas explodiram em Madrid, matando 191 pessoas e ferindo mais de 1.500. A grande maioria das vítimas inocentes provinha de bairros populares e dirigia-se para o trabalho. Os autores desse selvagem morticínio pertenciam a um grupo terrorista islamita.
O terrorismo é uma ameaça global à paz e à segurança de todos e é um atentado directo contra os valores essenciais da humanidade: a supremacia da lei; os direitos humanos; a protecção dos civis; o respeito mútuo entre pessoas de crenças e culturas diferentes. O objectivo dos terroristas é maximizar o número de mortos e feridos entre os civis vulneráveis: as crianças, as mulheres, os velhos. Empregam pobres de espírito, suicidas, que não podem ser dissuadidos pela ameaça de morte nem pela prisão, porque se lhes lava o cérebro para que acreditem que a sua recompensa os espera no outro mundo. Os terroristas não conhecem as leis da guerra e, se conhecem, não se preocupam com elas. Combatem contra não combatentes civis.

Continue a ler Dois anos depois do 11-M.


:: enviado por JAM :: 3/11/2006 11:08:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

sexta-feira, março 10, 2006

O apuramento da raça segundo o Governo

Compreendo perfeitamente o Governo: o desemprego teima em aumentar, o crescimento económico é revisto em baixa todos os meses, os portugueses insistem em resistir ao choque tecnológico, os professores não querem dar mais aulas, os funcionários públicos não querem ser despedidos, os empresários continuam a mendigar ajudas, as velhotas da província recusam-se a declarar as galinhas, o PGR goza com toda a gente, os jornalistas não querem pagar para ser controlados... Enfim, só motivos para desencorajar qualquer governante, por muito motivado que esteja.
Recém chegado de uma visita à Finlândia — país exemplar onde as pessoas se dedicam ao estudo, a fabricar telemóveis e a não fazer ondas no choque de civilizações — o primeiro-ministro e o Governo parecem, finalmente, ter chegado à conclusão a que eu já cheguei há muito tempo: não há nada a fazer. Ou melhor, há apenas uma solução: mudar de povo.
Não estando os tempos muito virados para os métodos de Estaline, a solução óbvia de deportar todos os portugueses para a Finlândia e os finlandeses para Portugal, é impraticável. Sendo assim, o Governo, através da Direcção Geral da Saúde, descobriu uma maneira original e infalível de resolver os problemas do País. Aproveitando a histeria da gripe das aves e rezando secretamente para que a pandemia aconteça, foram escolhidos 100 mil portugueses (talvez mais 25% da população se os medicamentos chegarem) para sobreviverem. Brilhante! De uma assentada deixa de haver desemprego, jornalistas e oposição, deixando de haver crianças não são precisos professores, não há mais velhotas com galinhas (nem galinhas), ninguém quer saber do défice ou do crescimento económico já que têm mais com que se preocupar e o PGR não será incluído na lista. Sobrando apenas os melhores, os mais puros e os mais necessários, o País poderá, enfim, sair da letargia em que vegeta há séculos e reeditar os feitos e a riqueza dos nossos antepassados.

Só há uma coisa que me preocupa: não consegui ainda obter a lista de nomes e desconfio que não estou incluído. Não faz mal. Já meti uma cunha a um contínuo do Ministério da Saúde que é primo em 3° grau da cunhada de uma amiga de uma conhecida da senhora que faz as limpezas cá em casa. Nunca falha.

:: enviado por U18 Team :: 3/10/2006 10:24:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

Habemus Presidentam

Olhar para o mapa eleitoral no dia a seguir à eleição presidencial foi assim a modos como que olhar para o mapa da seca do ano passado: um concelho e duas ou três freguesias a vermelho, tudo o resto um bocado amarelado.
Sendo a Democracia o que é e podendo-se eleger terroristas, tiranetes, alucinados ou criminosos, é claro que, por maioria de razões, também se pode eleger um professor de Finanças Públicas que, não encaixando em nenhuma das definições referidas, tem as simpáticas qualidades de possuir uma extraordinária imagem sobre si próprio e de ser considerado, pelo povo que o elegeu, uma espécie de Messias. Tem toda a legitimidade e só prova que a Democracia é o pior de todos os regimes, excluindo todos os outros.
Ontem, o Professor teve o momento mais alto da sua vida: foi empossado.
À boa maneira portuguesa, começou tudo com uma jantarada, precedida por uma enorme “seca” a que soe chamar-se cumprimentos (Ah, e com uma medalha ao ex-presidente para o caso de nos termos esquecido que, entre pares, há que haver respeito e consideração). Houve ainda a interessante entrada triunfal no Palácio de Belém para mostrar que o clã familiar está unido e não vai deixar o Prof. sozinho no pesado cargo que, com relutância, aceitou (vi uma vez uma coisa parecida num país do terceiro-mundo, mas não tem nada que ver).
O resto foram discursos de circunstância, o mesmo diagnóstico sobre a situação do País que já ouvimos há 30 anos, o vazio de ideias e um primeiro-ministro que, incomodado por ter um Presidente “chato”, resolveu ser Presidente para poder ser primeiro-ministro sem os inconvenientes de ter que domesticar os selvagens de um partido político, ajudantes que não ajudam e alguém por cima a embirrar consigo.

Saí de Portugal no período áureo da governação de Cavaco Silva. E saí porque estava enojado de ouvir gestores públicos pedirem-me “comissões” para realizar negócios (em que até tinha a melhor proposta mas que perdia, sistematicamente, porque, trabalhava para uma multinacional em que a prática era interdita), estava cansado de dizer não a quem me convidava para dar cursos de formação fantasmas “da CEE”, estava farto de trabalhar na mesma empresa há 4 anos com recibos verdes, trabalhar 16 horas por dia e receber mal e estava enjoado com o clima de novo-riquismo e chico-esperteza em que uma boa parte dos meus compatriotas parecia sentirem-se bem. Saí de Portugal porque já não conseguia viver muito bem com isto tudo (e para ser honesto também porque tive uma boa oportunidade profissional). Para mim, foi o que me ficou do Cavaquismo. Isso, auto-estradas e uma quantidade absurda de dinheiro “europeu” que nem sequer sei muito bem para onde foi.
Se quisesse ser mauzinho diria que cada povo tem o presidente que merece. Como não sou, espero que, ao contrário do que mostra o mapa eleitoral, Portugal não se transforme de novo num enorme cavaquistão.

:: enviado por U18 Team :: 3/10/2006 04:00:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

quinta-feira, março 09, 2006

Perguntar não ofende (22)

Elegemos esta gente toda?

:: enviado por U18 Team :: 3/09/2006 09:03:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Quinta-feira de ascensão

Assistimos hoje à "ascensão" de Cavaco Silva. Foi uma cerimónia digna e solene. À saída o senhor professor confirmou ao ser aclamado por meia dúzia de desempregadaos que, para o povo, a política já é o trabalho. Lá ficou a varanda das grandes aclamações vazia. Dos comentários vindos de todos os lados já se cheira o bafio...

:: enviado por RC :: 3/09/2006 05:43:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Palavras da nossa futura Primeira Ministra

Eu não diria que ele é o nosso primeiro Presidente da República de direita, mas sim que é o primeiro Presidente da República que não foi eleito com os votos da esquerda.
(Manuela Ferreira Leite, em tom emocionado, há minutos, à Antena1)

Adenda:
Li, já depois de ter escrito este post, mas vem a propósito : A Direita de CCS.

:: enviado por JAM :: 3/09/2006 02:19:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

A cadeira de Guantanamo

Oficialmente chama-se “Emergency Restraint Chair”. Graças a ela, os médicos militares americanos conseguem inviabilizar qualquer tentativa de greve de fome em Guantanamo. Os advogados do iemenita Mohammed Bawazir já pediram à justiça a sua interdição, alegando que se trata de uma forma de tortura. Também o kwaitiano Fawzi al-Odah deu uma entrevista exclusiva à BBC na qual conta ter sido vítima de idênticos actos de tortura.
O detido é amarrado na cadeira enquanto é alimentado à força. Depois, deve manter-se sentado enquanto durar a digestão. Assim, não terá oportunidade para vomitar o que foi forçado a ingerir. O fabricante recomenda que não se deve deixar o prisioneiro mais de duas horas sentado na cadeira. Por isso, é preciso agir depressa. São usados tubos, o mais grossos possível, para fazer passar o máximo de líquido. Esses tubos são enfiados pelo nariz e pela boca.
As autoridades garantem que a cadeira não foi desenhada com o propósito de torturar os detidos, mas apenas para assegurar o seu conforto e protecção. Em meados de Janeiro, estavam vinte presos em greve de fome. Em 9 de Fevereiro, já eram só quatro.

:: enviado por JAM :: 3/09/2006 11:29:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

Dias internacionais

Devo confessar que quando cheguei ontem ao emprego e um amigo me perguntou se não tinha escrito nada sobre o dia internacional da mulher, fui apanhada desprevenida porque na verdade me tinha esquecido do acontecimento.
Quando ao fim do dia acompanhei o meu filho à lição de piano, a professora, que é Bielorussa, deu-se ao trabalho de me explicar a importância que tem este acontecimento na Bielorrússia. Segundo me disse é um acontecimento nacional e todos os rapazes nas escolas oferecem flores e postais às raparigas e às professoras e o mesmo se aplica em casa e nos locais de trabalho. E parece até que é um acontecimento sem conotações políticas (segundo a professora de piano), mas também não me ocorreu perguntar-lhe desde quando existe esta «tradição» na Bielorrússia. Se existe desde os tempos da União Soviética não sei muito bem como interpretar esta suposta falta de conotação política.
Occorreu-me nesse momento que devia ter lembrado estas boas práticas ao meu amigo que me lembrou que era o dia internacional da mulher, mas se esqueceu de me oferecer as flores !!
Brincadeira à parte, não consigo deixar de pensar que todos estes dias internacionais disto e daquilo são apenas oportunidades comerciais e perderam por isso qualquer outro sentido que possam ter tido inicialmente. Para mim haveria apenas um dia internacional que teria sentido criar e do qual ainda ninguém se lembrou : o dia internacional do ser humano que deveria ser festejado 365 dias por ano.

:: enviado por Anónimo :: 3/09/2006 08:36:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

quarta-feira, março 08, 2006

Memória

Em 1936, há, portanto, 70 anos:
- a Alemanha nazi denunciou o Pacto de Locarno e o seu exército ocupou a Renânia;
- iniciaram-se as depurações estalinistas na URSS;
- ganhou as eleições em França a Frente Popular;
- começou a guerra civil em España (e Salazar fez, desde logo, um acordo com os golpistas da Junta de Defesa Nacional).

:: enviado por Manolo :: 3/08/2006 10:17:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Benfica Rule Britannia

Se não fosse o futebol ... Durante uma hora e meia nem me lembrei do Cavaco presidente, da bomba atómica do Irão, do Bin Laden, da crise, dos lucros da CGD, PT, EDP, GALP à nossa custa, do Procurador, do Iraque, da gripe das aves, do Hamas
Se não fosse o futebol ... Viva o Benfica!

:: enviado por U18 Team :: 3/08/2006 09:54:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Para lembrar no 8 de Março... e não só

Quanto mais não seja, devido ao peso da sua demografia, as mulheres não ocupam ainda suficientes postos de responsabilidade nem têm a representação política e institucional que lhes é devida. A igualdade é teoricamente reconhecida, mas a inércia transformou-a em lápide e fonte de frustração para milhões de mulheres.
Quando se analisam globalmente os salários, constata-se que as diferenças entre homens e mulheres são ainda maiores do que se imaginava. Para além disso, as primeiras vítimas da precariedade laboral são as mulheres e, mesmo nos sectores onde elas são esmagadoramente maioritárias, a sua presença em postos de chefia é exígua.
Há pois que esperar uma evolução das mentalidades, muito embora sem esquecer que o empenho em políticas baseadas em quotas ou em critérios de discriminação positiva pode igualmente conduzir a resultados contrários à justiça e à eficiência. Os postos devem ser para os melhores e os mais adequados, independentemente do sexo e de qualquer outra circunstância pessoal ou social.
O défice de igualdade que ainda se verifica nem sempre é só culpa dos homens. As raparigas obtêm os melhores resultados escolares, mas continuam a escolher profissões “tradicionalmente femininas”, mais mal pagas, e a evitar as formações científicas e técnicas. A maternidade leva-as a escolher empregos a tempo parcial, muitas vezes abaixo das suas capacidades. As diferenças salariais são mais notórias sempre que elas interrompem as suas carreiras para terem e tomarem conta dos filhos.
Mais dignidade para as mulheres implica certamente que as atitudes se devem inscrever numa verdadeira política de igualdade de oportunidades. Para um melhor resultado, as mulheres deverão participar activamente nesse esforço através duma postura cultural que combata os estereótipos reinantes. A igualdade é, não só um factor de justiça, mas também um elemento de progresso social e económico para toda a gente, homens e mulheres. Por isso, a sociedade não pode dar-se ao luxo de desperdiçar o esforço e o talento de uma parte tão importante da sua população.

:: enviado por JAM :: 3/08/2006 11:16:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

terça-feira, março 07, 2006

Diplomacia caricata


© desenho de Patrick Chappatte

Como escrevia há dias Bob Herbert no New York Times, Bush usou a ameaça nuclear como uma das razões para lançar a desastrosa guerra no Iraque, mas agora não se coibiu de assinar um acordo que pode permitir à Índia dobrar ou triplicar a sua produção anual de armas nucleares.
Ao mesmo tempo, está reunido desde ontem, em Viena, o conselho de governadores da AIEA, para discutir, entre outros, o caso do Irão. Mas, à medida que o cerco se aperta, começam a emergir as verdadeiras razões da Administração Bush. Ao qualificar o Irão de “ameaça global”, o representante americano no ONU, John Bolton, não se referia só às ambições nucleares de Teerão, mas sobretudo ao apoio por ele dado a organizações como o Hamas palestiniano ou o Hezbollah libanês, às ameaças provocadoras do presidente Ahmadinejad contra Israel, ao papel ambíguo que o Irão desempenha nas agitações no Iraque... sem esquecer as cobiçadas reservas de ouro negro.
Perante tudo isso, Bush e os seus amigos só vêem uma solução possível: a mudança do regime iraniano. Depois do fiasco no Iraque, é impossível endireitar o governo dos mollahs pela força. É muito mais fácil mudá-lo. Para começar a levar a cabo o intento, a Administração americana tem já orçamentados cerca de 85 milhões de dólares. Nenhuma táctica vai ser descurada. A começar pelas sanções que eles reclamam ao Conselho de Segurança da ONU e que não vão servir só para deter o programa nuclear de Teerão. O que eles pretendem mesmo é desestabilizar o regime e contribuir para a sua queda.

:: enviado por JAM :: 3/07/2006 10:57:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Sonhos gráficos

Dreamlines é uma experiência visual não linear e interactiva. Antes de vos dar o link e vos deixar experimentar este mundo onírico, deixem-me explicar: O programa é desencadeado por uma busca, baseada numa (ou em várias) palavra(s) chave, que transita(m) pelo motor de busca de imagens do Google, sendo os diferentes resultados da pesquisa usados como modelos interactivos que vão inspirando as linhas dos sonhos até formarem pinturas enigmáticas e aleatórias.
Desenvolvido em PHP, via Processing, pelo artista generativo argentino Leonardo Solaas, o sistema produz milhares de partículas autónomas, postas em movimento por um algoritmo que traduz a saturação e o contraste dos pixels em coordenadas matriciais e vectores de velocidade (estão a ver como afinal vale a pena aprender matemática!).
A imagem que vêem acima (em que podem clicar para ampliar) foi obtida pela palavra chave “briteiros”. As duas que se seguem correspondem respectivamente aos temas “torre de Belém” e “descobrimentos”.
E agora, podem começar a traçar as vossas próprias linhas misteriosas, com o Dreamlines.


:: enviado por JAM :: 3/07/2006 11:14:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

segunda-feira, março 06, 2006

Uau!!!

Mateus 15:14 “Deixe-os: são condutores cegos, se o cego guiar outro cego, ambos cairão na cova”

:: enviado por RC :: 3/06/2006 08:16:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Sócrates no país dos lapões

Consta que José Sócrates se mostrou hoje impressionado com o nível educacional e com a organização do sistema de ensino finlandês. Tanta “impressão” revela, antes de mais, que o nosso primeiro ministro não costuma ler o Briteiros, o que nós modestamente compreendemos e perdoamos, numa pessoa com tantas prioridades de governação. É que, dois meses depois da eleição de Sócrates, escrevemos aqui sobre a Finlândia e apresentámo-la como o país campeão do mundo da educação.
Num país, como Portugal, tão habituado a copiar as coisas más dos outros e a esquecer as boas, esperamos que o primeiro ministro não tenha ido à Finlândia só para fazer esqui e traga efectivamente na bagagem ideias novas para o nosso sistema de ensino. E, de preferência, que sejam as boas.
Para aqueles que gostariam de ter podido acompanhar o nosso primeiro-ministro (que agora já não precisa de ler o nosso artigo) nesta visita às escolas finlandesas, lembramos o que escrevemos, em Abril de 2005, sobre o sistema educativo e os professores no modelo finlandês.

:: enviado por JAM :: 3/06/2006 03:54:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

As escolhas do Xatoo

Há quem o considere um verdadeiro “xatoo”, por causa dos seus habituais comentários nos blogues da praça, mas merece as nossas felicitações pelas suas prescientes apostas, a uma semana de distância, nas escolhas da Academia de Hollywood. Só não foi reconhecida a sua nomeação para o Oscar da “melhor mamífera” (sic)! Talvez para a próxima...

:: enviado por JAM :: 3/06/2006 03:16:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

O segredo... do cartaz de Brokeback Mountain

O blog americano Posterwire, inteiramente dedicado aos cartazes de cinema e à sua história, deu a conhecer, em Novembro passado, o segredo por detrás do Segredo de Brokeback Mountain.
À primeira vista, o cartaz do filme de Ang Lee pode parecer anódino: uma simples montagem em Photoshop dos dois retratos dos actores principais, sobre o fundo do cenário do filme. No entanto, faz-se uma outra luz sobre o resultado obtido, quando se revelam as razões que presidiram à escolha. Para acentuar o caracter sentimental do filme, por oposição ao seu lado western, o produtor James Schamus estudou os cartazes de cinquenta dos filmes mais românticos de todos os tempos. E escolheu como inspiração aquele que, de todos eles, obteve o maior sucesso, o inabalável Titanic de James Cameron.
Se compararmos os dois cartazes, damo-nos conta que o de Brokeback Mountain é praticamente a cópia do de Titanic, mas utiliza elementos diferentes para criar formas similares (o costado do navio é substituído pela curvatura das costas de um dos actores). O cartaz de Brokeback Mountain adquire então um significado completamente diferente, aparecendo como uma das imagens subliminares mais penetrantes da história dos cartazes de cinema.

:: enviado por JAM :: 3/06/2006 07:58:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

domingo, março 05, 2006

A guerra fria começou há 60 anos

Em Maio de 1945, alguns dias depois da capitulação da Alemanha e um mês após a morte de Franklin Roosevelt, Winston Churchill escreveu ao seu sucessor na Casa Branca, Harry Truman: “uma cortina de ferro caiu sobre a frente russa”. Nessa altura, o seu aviso passou despercebido, no meio da euforia da vitória. Os vencedores do nazismo uniam então esforços para lançarem as bases da ONU, mas depressa as divergências estalaram entre Estaline e os anglo-saxões. A URSS rejeitou a ajuda económica dos Estados Unidos, destinada a controlar a vida política em todos os países em que as suas tropas estavam presentes, até ao coração da Alemanha.
Harry Truman lembrou-se então do aviso de Churchill e, num desejo de rearmar o Ocidente contra a nova ameaça vinda do Leste, convidou o ex-primeiro ministro britânico a pronunciar um discurso no colégio de Westminster, em Fulton. Apesar da doença e dos seus 72 anos, Churchill aceitou o convite e, no dia 5 de Março de 1946, sentenciou de novo: de Stettin, no Báltico, até Trieste, no Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente. Sejam quais forem as conclusões que tirarmos desse facto, não será com certeza essa a Europa libertada pela qual nós combatemos. E também não será ela a que contem os fermentos de uma paz duradoura”. E convida então “os povos de língua inglesa a se unirem de urgência para afastarem qualquer tentação de ambição ou de aventura”.
O discurso de Churchill foi mal acolhido pelos jornais e pela opinião pública, para quem não fazia sentido denunciar o aliado soviético depois de ser dito tanto bem dele. Mas, o golpe de estado comunista na Checoslováquia, dois anos mais tarde, acabou por dar razão a Churchill e conduzir à criação da NATO. A União Soviétiva ripostou em 1955, pouco depois da morte de Estaline, com a criação do Pacto de Varsóvia.
O equilíbrio do terror conseguiu afastar o risco de guerra nuclear durante 50 anos, mas à custa de inúmeros conflitos locais. O mundo tremeu durante o bloqueio de Berlim, a guerra da Coreia e a repressão de Budapeste. Mas em 1962, o recuo de Nikita Kruchev perante John Fitzgerald Kennedy, na crise dos mísseis, abriu uma primeira brecha na guerra fria.
Nos finais do século XX, o Pacto de Varsóvia foi dissolvido e a URSS, vítima da sua própria implosão, desmembrou-se em vários Estados enjeitados, entre os quais a Rússia. Terminou assim a guerra fria.

:: enviado por JAM :: 3/05/2006 03:05:00 da tarde :: 3 comentário(s) início ::

Zonas interditas em 3D

O mundo militar é normalmente secreto e ocultado da sociedade civil por vedações e sinais de proibição. Ainda assim, dois artistas suíços passaram cinco anos a percorrer motores de busca e atlas com o objectivo de recolher informações, imagens e mapas acerca dessas áreas vedadas. O resultado está documentado na Zona Interdita.
O nível 1 mostra um mapa do mundo com cerca de 1200 zonas interditas assinaladas por pontos verdes. Ao clicar num dos pontos, aparecerá uma breve descrição do sítio, que poderá ser complementada com informações que sejam eventualmente do conhecimento do visitante. Em Portugal estão identificadas a BA5 de Monte Real, a BA1 de Sintra, a AT1 da Portela, a base naval de Lisboa, a BA6 do Montijo e a BA11 de Beja.
O nível 2 permite reconstituir determinadas zonas em 3D. Por agora, estão disponíveis a famosa base americana de Guantanamo Bay e um campo de treino de islamitas no Sudão.

:: enviado por JAM :: 3/05/2006 02:09:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

O enigma do dia

Em entrevista ao EXPRESSO, o primeiro-ministro mostra-se optimista sobre a coabitação com o novo inquilino de Belém. «Tenho boas expectativas e boas razões para as ter», diz quando prevê uma relação com Cavaco «igual» à que teve com Sampaio. «Cavaco Silva vai ter um mandato que corresponderá exactamente ao que disse na campanha».
Alguém se lembra o que foi que Cavaco Silva disse na campanha?

:: enviado por JAM :: 3/05/2006 01:13:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

sábado, março 04, 2006

Paraíso quatro estações

Depois de Disneyworld, Kennedy Space Center ou Gatorland, a Florida vai ter Ave Maria City, uma nova cidade totalmente católica, regida pelos princípios do catolicismo, onde não serão permitidos nem abortos nem pornografia e onde as farmácias não poderão vender nem preservativos nem pílulas contraceptivas.
O projecto foi criado pelo fundador da maior cadeia mundial de tele-pizza, Tom Monaghan, um antigo marine, educado pelas freiras e que fez fortuna a vender pizzas.
Ave Maria conta com alto patrocínio do governador Jeb Bush, o irmão do presidente.

:: enviado por JAM :: 3/04/2006 10:11:00 da manhã :: 3 comentário(s) início ::

sexta-feira, março 03, 2006

Um retrato por dia

Vale a pena visitar este blogue bastante original, embora algo desconcertante, cuja única especialidade é publicar a foto do autor (autoretrato), às 9h09 em ponto. O mais curioso é que este verdadeiro metrónomo humano faz isso todos os dias... desde Setembro de 2002.

E, por falar em retratos, deixamos igualmente o convite para uma visita a um excelente fotoblog, com o título sugestivo Click Portugal!

:: enviado por JAM :: 3/03/2006 12:54:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

O vídeo intempestivo


© desenho de Bandeira

O vídeo em questão dura cerca de quinze minutos, mas pode vir a ser mais arrasador do que o furacão que lhe deu origem. Se ainda não o viu, clique aqui.

:: enviado por JAM :: 3/03/2006 10:11:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

quinta-feira, março 02, 2006

Apedrejá-los?

Calhou assistir hoje ao debate parlamentar sobre a política externa (de vez em quando tenho destas coisas e resolvo ir ver o que fazem os 230 deputados que elegemos e pagamos). Inevitavelmente, o debate foi parar às caricaturas dinamarquesas. O Prof. Freitas do Amaral acha que é uma questão menor no meio de todos os problemas que afligem o mundo. Não é. Afirmar que temos valores em que acreditamos e de que não abdicamos porque é assim que preferimos viver é meio caminho andado para resolver muitos desses problemas.
Ao ouvir o nosso MNE tive um mau pressentimento: será que os fundamentalistas islâmicos já ganharam? Será que somos governados apenas pelo medo? Será que já pensamos todos (como se dizia antigamente noutro contexto) “antes vermelho que morto”? Porque a postura do Prof. Freitas do Amaral só tem um nome: medo. Medo de ter uma opinião que indisponha quem nos aponta uma arma. Medo de ter uma cultura que, não sendo superior ou inferior, é diferente. Medo de ter uma História que, não sendo positiva ou negativa, faz com que eu prefira mais viver num país ocidental do que numa ditadura religiosa.
E este medo não só não fará com que parem de nos assassinar mas fará ainda com que nem sequer nos respeitem.

Após estas semanas todas de polémica, continuo sem resposta a duas questões muito simples. Primeira: se há que apaziguar o mundo islâmico e “não atear mais a fogueira”, o que sugere o Prof. que se faça aos caricaturistas dinamarqueses e aos directores dos jornais que publicaram os desenhos e que, manifestamente, “deitaram achas para a fogueira”? que os metam, à força, num avião e os enviem para Teerão?
Segunda: se (para além dos limites impostos pela lei e que, por definição, só podem ser avaliados depois de os actos serem praticados) a liberdade de expressão deve ser condicionada pelo “bom senso” e pela “razão”, o que é que o Prof. Freitas do Amaral pretende fazer com quem não é “razoável” ou não tem “bom senso”? Apedrejá-los numa praça pública?

:: enviado por U18 Team :: 3/02/2006 09:44:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

A batalha das caricaturas

A polémica germinada na redacção do diário dinamarquês Jyllands-Posten ultrapassou de longe o âmbito das simples relações entre a Dinamarca e os países muçulmanos. A reprodução dos famosos desenhos, apesar de julgados medíocres pela opinião pública europeia, gerou um debate sem precedentes em que se opuseram liberdade de expressão e respeito pelas convicções, e que levou o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros aos píncaros da glória.
O mesmo diário dinamarquês decidiu agora publicar o Manifesto contra o totalitarismo islâmico assinado por doze escritores, quase ilustres desconhecidos, entre os quais apenas sobressai o nome do célebre Salman Rushdie.
Os próximos capítulos prometem mais animação a não perder. Vem aí o VIII Porto Cartoon, que foi, na sua edição do ano passado, pioneiro das caricaturas sobre o horror do terrorismo. Vai seguir-se o excêntrico concurso internacional de caricaturas sobre o Holocausto e os judeus, promovido pela Casa da Caricatura do Irão. A avaliar pelo que fizeram ao pobre historiador britânico, haverá quem, na Europa, não vá achar piada nenhuma.
Mas, não há ninguém como os judeus para criar desenhos mais carregados de ódio anti-semita. Dizem eles que nenhum negacionismo iraniano poderá alguma vez rivalizar com a ciência judia da caricatura anti-semita. Palpita-nos que pelo menos os palestinianos não terão dúvidas sobre isso.
Por isso, não saia do seu lugar. Vêm aí mais episódios da batalha das caricaturas.

:: enviado por JAM :: 3/02/2006 07:10:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::