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domingo, outubro 31, 2004

Entre a Europa e a Rússia

As eleições americanas estão de tal modo a monopolizar a informação, que quase nos esquecemos que os ucranianos vão hoje às urnas para escolher o sucessor do presidente Leonid Kutchma, entre o primeiro-ministro pró-russo Viktor Yanukovitch e o seu opositor pró-ocidental Viktor Yuschenko.
O ilustre conselheiro Brezinski disse um dia: « A Rússia deixará de ser um império, no dia em que perder a Ucrânia » e, não há dúvida, que esta frase assombra hoje um Kremlin cada vez mais nostálgico do seu passado e inquieto com o seu futuro. O discurso que Vladimir Putine proferiu pela televisão em Kiev e a prolongada visita que fez esta semana à Ucrânia testemunham uma atenção notoriamente maior do que a que ele dispensa a algumas regiões russas no decurso da campanha eleitoral.

Demasiado ocupada com os debates sobre a adesão da Turquia e a sua recém-assinada Constituição, a Europa tem estado estranhamente indiferente à escolha ucraniana, apesar desta escolha ser extremamente importante para a União Europeia. É que, se a “pequena Rússia”, oscilar para a Europa, Bruxelas terá que enfrentar um pesado dilema político: apoiar a Ucrânia, correndo o risco de pôr em perigo a política de apaziguamento que tem mantido com Moscovo.
Por outro lado, se a “pequena Rússia”, ficar em sintonia com Moscovo, o risco não é menor, já que a Europa verá reaparecer as suas velhas clivagens geopolíticas: a Oeste, uma união de países democráticos e, a Leste, uma união de “democraturas” agrupando a Rússia, a Bielorússia e a Ucrânia.

:: enviado por JAM :: 10/31/2004 01:22:00 da tarde :: início ::
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