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quarta-feira, outubro 10, 2007

É o que se chama pagarem os justos pelos pecadores

O bispo da diocese de San Diego, Robert Brom, está a pedir aos seus fregueses e sacerdotes que contribuam para ajudar a pagar a dívida da Igreja Católica às vítimas dos abusos sexuais perpetrados por sacerdotes da Diocese. Quase 200 milhões de dólares!... A ideia de proceder a esta colecta extraordinária surgiu depois da Diocese ter tentado declarar-se em situação de falência, mas sem êxito. Para além do considerável número de propriedades que possui, calcula-se que anualmente recebe cerca de 165 milhões de dólares de esmolas e doações.
Perante a evidência, a Diocese decidiu mudar de estratégia e optou por empreender uma campanha de angariação de fundos que está a gerar enorme controvérsia entre os fiéis. Para a Igreja Católica é importante que os sacerdotes dêem o exemplo e que os fiéis contribuam para que se inicie o processo de reconciliação interna.
Em princípio, os sacerdotes da Diocese estariam dispostos a doar um mês de salário. E há paroquianos decididos a cooperar para que ela saia do cepo. Mas há outros que pensam que, em vez de negociar um ajuste monetário com as vítimas, a Igreja deveria ter deixado os sacerdotes pederastas comparecerem ante a justiça e que aqueles que fossem julgados culpados fossem parar à prisão. Houve também quem dissesse que, antes de vir pedir dinheiro aos crentes, a Igreja deveria ter vendido algumas das suas propriedades. E os mais radicais acham mesmo que o assunto deveria ser resolvido pelo Vaticano. “Bastava que vendessem um ou dois quadros e obtinham logo o dinheiro todo para pagar a indemnização”, disse ao LA Times uma beata.
O que é curioso é que este tipo de acusações só vem a lume em muito poucos países do mundo. Noutros, sobretudo na América Latina, altamente católica, a imputação desses crimes é extremamente rara, excepção talvez para o caso do prelado mexicano Marcial Maciel, fundador da ordem dos legionários de Cristo, a quem, em Maio de 2006, o papa Bento XVI ordenou que deixasse o seu cargo, deixando bem claro que só a sua avançada idade o salvava de ser presente a um tribunal eclesiástico.
Ou seja, nuns casos não se chegam a reconhecer os culpados e ninguém paga. Noutros, são os justos que acabam pagando pelos pecadores.

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:: enviado por JAM :: 10/10/2007 12:06:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

quinta-feira, setembro 13, 2007

É por estas e por outras...


© Desenho de Bandeira - Diário de Notícias

Ainda a propósito de quem, no nosso país, recebe ou se nega a receber o Dalai Lama, é muito triste verificar a posição do PCP, e particularmente a de Jerónimo de Sousa que, longe de terem aprendido a tristemente célebre lição da União Soviética, continuam a cometer o mesmo erro com a China — com quem mantêm relações de amizade e cooperação — só porque esta se diz governada por um partido comunista.
Será o modelo chinês, com o seu paradoxal regime capitalista, a pena de morte que bate todos os recordes, os atropelos constantes aos direitos humanos fundamentais, que os comunistas portugueses querem para Portugal? De que modo é que, num Portugal à chinesa, tal como conhecemos hoje a China, jamais vai ser preciso mobilizar os trabalhadores contra as injustiças sociais?
São contra-sensos como esses que acabam por tirar a já pouca credibilidade que ainda resta às ideologias das esquerdas e nos fazem cair em perigosos vazios ideológicos que, como é evidente, só aproveitam àqueles que multiplicam diariamente as suas riquezas adicionando mais pobres em cada fim de mês.

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:: enviado por JAM :: 9/13/2007 10:43:00 da manhã :: 5 comentário(s) início ::

quarta-feira, setembro 12, 2007

Por isso eles não querem receber o Dalai Lama

Esta imagem (Público de hoje) devia ser impossível. A inserção de actos religiosos em cerimónias oficiais — ainda por cima com a participação do Primeiro-Ministro em ambos — não é somente uma violação qualificada da laicidade e da neutralidade religiosa do Estado, mas também da liberdade religiosa, visto que traduz o favorecimento oficial de uma religião em relação às outras.
O Governo deveria ser um pouco mais rigoroso com os princípios. Desde logo, com os princípios constitucionais; depois, com os princípios básicos do Partido Socialista.
A ignorância dos princípios gera o oportunismo político.
"Oportunismo político" poderia ser, aliás, a legenda desta imagem...
(Vinda de quem vem, mais do que uma critica, é um verdadeiro puxão de orelhas)

É que, para além do mais, o desígnio está a fazer cair os santos do altar:
Esta foto diz quase tudo sobre a cobardia de quem, desgraçadamente, nos governa. José Sócrates, mesmo aparentemente persignando-se, devia estar de joelhos ou de rastos e levar com o hissope na cabeça, para aprender a respeitar e a servir a igreja católica. O primeiro-ministro envergonhou-me e envergonhou-nos a todos e eu não lhe perdoo. A Constituição que ele jurou cumprir... rasgou-a ontem diante do país. Perdeu, por isso, a minha confiança e o meu respeito...

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:: enviado por JAM :: 9/12/2007 04:01:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

quarta-feira, agosto 29, 2007

Talvez fosse preciso alguma espécie de castração química

Um religioso que administra dois sacramentos no mesmo dia: a sua consagração como sacerdote e o baptismo do seu próprio filho... Muitos outros padres que também geram rebentos... Um pároco que usa a caixa das esmolas da igreja para pagar as finezas de jovens homossexuais... Outros cujas secretárias são também suas amantes... Um monsenhor que assedia mocinhas dos bairros populares...
Perante este panorama devasso, muitos dirão que se trata de cenas do Decamerão de Giovanni Boccaccio, uma antologia de contos escrita em meados do século XIV.
Mas não... Não se trata de nenhum extracto do Decamerone e passa-se no princípio do século XXI. Não se trata de mexericos. São acusações de Germán Robledo, um sacerdote que renunciou à Presidência do Tribunal Eclesiástico de Cali, cargo que exerceu durante 23 anos, porque, diz ele, o seu superior não ofereceu respostas aos sucessivos relatórios que enviou sobre a situação.
E depois afirmam eles que a igreja católica está em crise, sobretudo na América Latina.

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:: enviado por JAM :: 8/29/2007 10:45:00 da manhã :: 2 comentário(s) início ::

quarta-feira, julho 25, 2007

O Banco Mundial regressa ao planeamento familiar

A história começa no passado 16 de Abril, quando os representantes europeus do conselho de administração do Banco Mundial rejeitam um relatório sobre saúde e população elaborado por um dos directores executivos, Juan José Daboub, um defensor da guerra no Iraque contratado especialmente um ano antes pelo então presidente, Paul Wolfowitz. Na sua estratégia sobre a população, saúde e nutrição, o Banco Mundial pretendia assim eliminar o planeamento familiar, uma das chaves da luta contra a miséria no mundo.
A presença de Wolfowitz e dos seus conselheiros fazia-se notar pela aplicação das doutrinas mais conservadoras da direita do Partido Republicano, grupos que durante a década anterior se distinguiram por boicotar a ajuda internacional ao desenvolvimento, porque integrava no seu programa o planeamento familiar (incluindo os métodos anticonceptivos e o aborto). Nesta banda do espectro ideológico, seguindo os conselhos do papa de Roma, o melhor modo de controlar o crescimento da população é a abstinência sexual e o aborto é um crime. O preservativo tão-pouco é aceitável, nem sequer para prevenir a sida.
Desde os princípios do século XIX, o pensamento ocidental foi dominado pelo economista e demógrafo Thomas Malthus (1766-1834). Convenientemente resumida, a sua teoria baseia-se em que, enquanto a população cresce geometricamente (1, 2, 4, 8, 16), a produção só aumenta aritmeticamente (1, 2, 3, 4, 5). Daí a ideia de que era preciso promover a reprodução dos que mais contribuem para a produtividade. Mas a História não lhe deu razão: quando a natalidade começou a baixar gradualmente, à medida que aumentava a esperança de vida, o crescimento acelerou, contribuindo para acentuar ambos os fenómenos.
Agora, o Banco Mundial regressa à sua política anterior e defende a “utilidade dos anticonceptivos, o planeamento familiar e outros programas de saúde reprodutiva para ajudar a promover o crescimento e reduzir as altas taxas de natalidade, que estão fortemente associadas à pobreza endémica, à inadequada educação e à elevada mortalidade”. Em cada ano, das 210 milhões de mulheres que engravidam, mais de 500 mil morrem durante a gravidez e o parto. Por não terem acesso aos métodos anticonceptivos, uma em cada cinco recorre ao aborto e 68.000 morrem durante a intervenção.

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:: enviado por JAM :: 7/25/2007 11:39:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

segunda-feira, maio 14, 2007

O inferno é um videojogo

“O inferno existe e é eterno”, sentenciou há quinze dias Bento XVI, imediatamente depois de ter libertado milhões de bebés não baptizados que se acumulavam no limbo, onde já nem um alfinete cabia e onde a gritaria devia ser tão insuportável como o cheiro. A notícia desta repentina ressurreição do inferno por parte de Ratzinger — inferno esse que Wojtyla tinha feito baixar à categoria de metáfora literária — deu em poucos segundos a volta ao globo e provocou no grémio dos teólogos católicos um profundo suspiro de alívio. Porque se o inferno voltava a existir, tão real, eterno, quentinho e tenebroso como o da Idade Média, então o teólogos recuperariam finalmente não só os seus postos de trabalho, mas também o seu lugar primordial no organigrama do Vaticano.

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:: enviado por JAM :: 5/14/2007 08:39:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::