terça-feira, novembro 09, 2004
Fuck-off, cidadão!
Tem sunita, tem chiita,
Tem também o Kurdistão.
Só o que não tem é medo
De encarar a escravidão:
Armou ao longe o torpedo
E sumiu na escuridão...
Ninguém sabe! Ninguém viu!
De onde foi que partiu?
Mas o tanque americano,
Numa grande explosão,
Logo viu voar o cano.
Fuck-off, cidadão!
Entrega-te, resistente!
Eu não me entrego não,
Que não sou um passarinho
Pra viver lá na prisão.
Não me entrego a tenente,
Não me entrego a capitão.
Só me entrego para a morte,
Com as pistolas na mão!
No Iraque morre gente
Pra defender a nação.
O nosso Deus é diferente,
Fuck-off, cidadão!
Adaptação dum poema de Álvaro Frota (Brasil)
:: enviado por JAM :: 11/09/2004 08:38:00 da tarde :: início ::
2 comentário(s):
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Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2004.De Alvaro Frota, em novembro 13, 2004 4:18 da manhã
Prezado José Martins:
Já o havia conhecido no blog de Abu Khaleel. Sua adaptação da poesia ficou realmente muito boa. Apenas solicito que mude o verso:
Entrega-te, ó Zarqawi!
Há sólidas razões para estabelecer que Abu al-Zarqawi não é um resistente iraquiano mas uma figura de mídia criada pelas forças de "operações psicológicas" estadunidenses para caluniar a resistência. Não tenho tempo para lhe enviar os detalhes, mas peço apenas que dê uma lida no portal Iraq-War, a fonte de tais informações, além da mais completa cobertura da invasão estadunidense.
Realmente, não gostaria (mesmo) de ter meu nome associado à Abu al-Zarqawi, ainda que a adptação dá poesia seja sua. Talvez algo assim como "Entrega-te ó Resistente!". Não sei se dá métrica, mas a poesia não foi feita com essa preocupação...
Afora isso, o material está lá para ser utilizada, da forma que melhor lhe aprouver.
Continuemos nos correspondendo!
Aquele Abraço!
Álvaro Frota -
Amigo Álvaro,De JAM, em novembro 13, 2004 7:45 da tarde
Não era minha intenção deturpar o sentido da sua mensagem. Se usei Al-Zarkawi, em vez do Moqtada, como no seu poema, foi só porque quem esteve nas manchetes desta semana foram os resistentes de Fallujha e não os de Najaf. Zarkawi saíu pois por analogia. Mas, é certo que se fala das ligações de Zarkawi à Al-Qaeda, coisa que nunca se disse sobre Moqtada Al-Sadr.
A sua ideia, como autor original, foi reposta na minha adaptação. De qualquer modo, Zarkawi não se entregou, nem para os marines, nem para a morte. Pura e simplesmente, desapareceu...
Aquele abraço,
Até Breve,
JAM