quinta-feira, novembro 11, 2004
O porquê de dizer NÃO à energia nuclear
Li, com algum espanto devo acrescentar, na revista GR do Jornal de Notícias de 6 de Novembro, um pequeno artigo que me deixa, senão triste, no mínimo confuso e revoltado. Diz o jornalista Joel Neto que “Tá bem” a opinião do Sr. Patrick Monteiro de Barros, ex-accionista da Galp, e cito:“- …Portugal só conquistará a independência energética quando entrar na era nuclear, construindo pelo menos três centrais de produção.”
Enquanto pelo mundo se vê o contrário, em Portugal, alguns iluminados, descobrem que agora é chegado o momento de discutir e provavelmente chegar a vias de facto, quanto à maior ou menor prevalência de benefícios que uma tal decisão acartaria para o nosso, já bem maltratado, país.
Países, como o Reino Unido, só para citar um exemplo entre muitos, estão neste preciso momento a colocar em causa a continuação da utilização de centrais nucleares e mesmo a desmantelá-las devido à perigosidade que tais sistemas de produção representam para a Natureza em geral.
O maior bem que cada um de nós levará deste mundo é o imenso prazer de ter a consciência tranquila no que diz respeito à preservação do PLANETA enquanto casa de um mundo infinito de seres – nós incluso!
Mas não, em Portugal tudo se faz ao contrário… “é chegado o momento, depois de tantos anos a dizermos NÃO, de partirmos para essa aventura fantástica do nuclear…”
Mais, os outros, e sempre os outros, investem e fazem investir as suas populações, em produções energéticas renováveis – energia solar e eólica. Ora sempre me chegou aos ouvidos de que Portugal é um dos países europeus mais “rico” em luz solar. Porque não virarmos as nossas atenções para esse sector e desenvolvermos centrais de produção de energia, tendo como “matéria prima” o que nos é garantido sem custos?
E já agora que estamos embalados, com tantos e tantos quilómetros de costa, porque não pensar em desenvolver sistemas de aproveitamento do movimento gerado pelas simples ondas do mar e transformá-lo em energia.
Em Espanha, na Galiza, o aproveitamento dos ventos para a produção de energia é visível para quem viage por essas terras.
Na Dinamarca, a maior percentagem de produção de energia provém exactamente dos ventos que não passam factura ao reino escandinavo.
Aprendam alguma coisa meus senhores e por favor, por favor, não estraguem mais o nosso, “emprestado pelo tempo em que cá andamos”, lindo jardim à beira mar plantado – por Portugal, com Portugal continuemos a dizer NÃO.
:: enviado por JS :: 11/11/2004 06:56:00 da tarde :: início ::