BRITEIROS: Os caloteiros que paguem a crise... <$BlogRSDUrl$>








sábado, janeiro 29, 2005

Os caloteiros que paguem a crise...

"Calotes ao Fisco valem 15 mil milhões
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A Administração Fiscal tem cerca de três milhões de processos de execução fiscal por cobrar no valor de 15 mil milhões de euros.
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o Eurostat divulgou ontem que Portugal é dos membros da União Europeia (UE) onde os impostos indirectos mais pesam na receita fiscal, sendo ultrapassado apenas por Chipre e Hungria.
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Em Portugal, a carga fiscal – definida como o montante dos impostos e das contribuições para a Segurança Social expresso em percentagem do PIB – foi de 38,1 por cento do PIB, acima dos 37,4 por cento de 2002."


Como, do meu rendimento, pago +-65% ao Estado, espero ser tratado com o respeito devido a quem paga na integralidade os seus impostos. Face à quebra sucessiva de compromissos por parte do estado em relação aos seus funcionários, à ameaça de todas as nossas contribuições sociais correrem o risco de serem transformadas em impostos, não aceito o ataque que agora está na moda aos funcionários públicos. Na realidade, se o Estado não cumpre os seus compromissos para comigo, então o meu vencimento real mais não é que 35% do apregoado. Face a um estado desonesto, incapaz de assumir compromissos, devem todos os seus funcionários rever posições.

Por outro lado, a actual tendência para a causa de todos os males do país ser a função pública, dá que pensar...

Existe algum Estado civilizado sem Funções Públicas?

Mas que outro Estado da Europa vê toda a estrutura hierárquica dos seus sistemas públicos alterada a cada eleição?
Que outro estado europeu vê as carreiras partidárias transformarem-se em carreiras profissionais, a cada eleição?
Que outro estado europeu vê as influências de máquinas partidárias fazerem a ascensão meteórica de quem nunca trabalhou naquilo que é supostamente a sua profissão?
Em que outro Estado de direito e de decência se ouvem alguns, cheios de duas ou três reformas, ter o descaramento de atacar, sem serem questionados, os direitos de gente que toda uma vida contribuiu para o bem comum, sem se escamotear a nenhum dos seus deveres?
Em que outro país de direito europeu se varrem direitos adquiridos, com a mesma ligeireza com que se bebe uma bica?

Sem uma função pública respeitada e independente de influências partidárias passageiras não há estado de direito. Na realidade a demagogia mais trauliteira e sem classe apoderou-se da nossa comunicação.

Alguém se admira que os portugueses dignos desse nome ouçam com respeito os “velhinhos”? Em política não deveria valer tudo.

Os problemas do país resolvem-se com exercícios de inteligência, não com demagogia barata.



:: enviado por RC :: 1/29/2005 01:43:00 da tarde :: início ::
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