BRITEIROS: Não há greves eficazes sem dor

sábado, junho 25, 2005

Não há greves eficazes sem dor

A questão do direito à greve é de tal modo incontestável que deveria ser desnecessário estarmos aqui a “gastar” tantas linhas sobre o assunto. É que não acreditamos que haja alguém que não tenha conhecimento que a Constituição da República Portuguesa consagra a greve como um direito irrenunciável dos trabalhadores.
Se voltamos ao assunto é apenas pela caricatura de um país que assiste a um Vital Moreira acusador-mor do direito à greve e a um Pacheco Pereira que o defende tenazmente, o que nos leva a transcrever um pequeno excerto de um dos posts mais lidos nos blogs de ontem:

[...] A sociedade protege o interesse geral estipulando os “serviços mínimos” que são vitais para o seu funcionamento regular. Mas “mínimos” significa sempre “mínimos”, e o terreno desse mínimo é o que atribuo às funções mínimas do estado: segurança dos cidadãos, defesa nacional, funcionamento regular dos corpos de emergência nos hospitais, bombeiros, etc. Fora disso, os “mínimos” já são máximos. Não tem sentido ser liberal quanto ao Estado e depois entender os “serviços mínimos”, que este tem que garantir numa greve, com uma latitude de obrigações típica de um Estado socialista, ou seja, tudo.

:: enviado por JAM :: 6/25/2005 09:17:00 da manhã ::

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3 comentário(s):

Viva,

É impressionante como as convicções pessoais dos nossos políticos navegam entre campos opostos conforme se encontram na oposição ou no Governo.

A greve é, obviamente, um instrumento essencial e poderoso. Conforme os patrões (neste caso o Estado) mais o minimizam, mais recurso à greve há. Até chegar a um resultado final aceitável para AMBOS os lados. Por isso o Governo optou por não haver caos nos exames e acho que fez bem. Mas sabe agora que o próximo passo pode ser ainda mais problemático e vai ter que negociar. E é deste equilíbrio que o país funciona... se alguém não der bem o próximo passo a negociação "endurece" de um dos lados. O país é que não pode paralisar entre as negociações nem as negociações podem parar para que o país não sofra.

Por isso não percebo JPP nas suas concepções de serviços mínimos (defende-os mas só quando estamos prestes a ser invadidos e quando alguém atira sacos de droga de aviões nas cidades) mas também nunca percebi!
De Ricardo, em junho 25, 2005 12:41 da tarde
É impressionante como V.M. joga com as palavras!!! Só faltava mais esta,de os comunistas serem os culpados pelo facto de a República de Weimar ter desembocado naquilo que se sabe!!!
Haja vergonha e não se falcifique a história!!! Para que não tenha de o ver a defender o salazarismo!!!
De Anónimo, em junho 25, 2005 2:44 da tarde
vital moreira continua com esforço,pundonor e dedicação a tentar estabelecer um novo conceito de fundo(de como já se chegou ao fundo)em tudo o que se escreve (ele escreve).
Ex-comunistas reciclados é assim.
Mais palavras para quê?
De Anónimo, em junho 25, 2005 7:29 da tarde