BRITEIROS: O crepúsculo de um impostor <$BlogRSDUrl$>








segunda-feira, outubro 03, 2005

O crepúsculo de um impostor

Um crescimento económico que perdura abaixo da média dos países da zona euro, à volta de zero em 2005 e um nadinha superior a 1,4% para o ano que vem. Exportações, produção e competitividade das empresas em depressão contínua. Receitas do turismo em baixa. Défice esperado de 4,3% do PIB, em vez dos 3,8 prometidos a Bruxelas (e o FMI tem razões para crer que poderá mesmo chegar aos 5,1%). Uma das dívidas públicas mais altas da Europa sem que se antevejam melhorias...
Poderia tratar-se de mais uma enumeração do estado calamitoso da economia portuguesa, mas desta vez não é. Desta vez, referimo-nos à Itália, que (como nós) está à beira do marasmo económico, da pouca vergonha política, da paralisia das instituições. Um país em plena confusão, com um governo que já não consegue enganar ninguém, nem fazer face às dificuldades.
O regresso de Giulio Tremonti ao lugar de ministro da Economia e Finanças, em substituição de Domenico Siniscalco, que se demitiu por causa do imobilismo do Governo em resolver o problema da liderança no Banco de Itália, abriu nova crise política e tornou mais evidentes as divisões entre os partidos da coligação liderada por Sílvio Berlusconi.
Uma forma de recuperar a credibilidade perdida na cena internacional, seria começar por resolver o caso António Fazio, governador do Banco de Itália, implicado num escândalo bancário e que goza do estranho estatuto que lhe conferiu a sua nomeação vitalícia em 1993. Por isso Fazio continua a recusar-se a pedir a demissão.
Mas o que é facto é que a situação está completamente fora de controlo. Na falta de argumento, os actores não fazem mais do que improvisar. E, por detrás de toda essa farsa, assistimos a uma verdadeira tragédia política: a agonia do berlusconismo.

:: enviado por JAM :: 10/03/2005 07:04:00 da manhã :: início ::
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