domingo, outubro 02, 2005
Lolita fez 50 anos

”Never,” I answered quite truthfully.
”Okay,” said Lolita, “here is where we start.”
Lolita, o perturbante romance de Vladimir Nabokov que conta a história de um emigrante culto e bem falante que seduz uma adolescente americana de 12 anos, foi publicado há cinquenta anos. O New York Times lembra o lançamento da primeira edição desse grande romance americano, feito em Paris, pela Olympia Press, uma editora cuja especialidade lucrativa era a publicação de livros a braços com a censura noutros lugares.
Mas Lolita não é como os outros livros escandalosos, que acabam por perder o seu lado sulfuroso para se tornarem clássicos que se ensinam nas escolas. O livro continua a perturbar-nos, mais do que nunca, porque a pedofilia deixou de ser um tabu para passar a ser um sujeito central da nossa consciência moral.
Humbert Humbert, o narrador do romance, é um monstro brilhante, comovente e até mesmo encantador; e o livro de Nabokov é, antes de mais, um ensaio sobre a sedução, em especial sobre a sedução pela arte que, ao fim e ao cabo, de moralidade nunca teve muito.
:: enviado por JAM :: 10/02/2005 08:24:00 da manhã ::

