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terça-feira, dezembro 27, 2005

O sempre-em-pé

Os apoiantes incondicionais de Bush têm aqui o link para o seu discurso de fim de ano. Os outros têm aqui a versão revisitada pelo JibJab. Escolham à vontade. Eu por mim, gosto mais da frescura do segundo.
Quanto ao primeiro, foi um verdadeiro espectáculo de fogo de artifício concebido pelos pirotécnicos da Casa Branca: o quarto discurso no espaço de seis dias. Uma mistura de autocrítica (“não encontrámos as armas [de destruição maciça]”; a guerra foi “mais difícil do que nós prevíramos”), de auto-satisfação (o Iraque é agora “uma democracia constitucional no coração do Médio Oriente”), de abertura às críticas (“eu sei que esta guerra é controversa”), de auto-moralização (“estamos em vias de ganhar”) e de palavras extremamente ocas acerca do futuro. Nem uma só palavra sobre a necessidade de encontrar uma solução política para o Iraque: Bush continua a ver esta guerra apenas pelo prisma do terrorismo.
Em jeito de conclusão, dirigiu uma súplica aos seus concidadãos: “Não se deixem vencer pelo desespero, não abandonem agora este combate pela liberdade!”. Não chegou a dizer “Não me abandonem a mim a meio do caminho”, mas era precisamente esse o tom do discurso.
Depois, ao qualificar o Iraque como um “aliado”, Bush assumiu um enorme risco: deveria ter esperado pelos resultados das eleições da semana passada. Se, como tudo leva a crer, o escrutínio desembocar num governo islamita próximo do Irão, ou seja do eixo do mal, o termo “aliado” poderá vir a adquirir uma ressonância bizarra.

:: enviado por JAM :: 12/27/2005 01:04:00 da manhã :: início ::
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