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sábado, abril 21, 2007

Corrida presidencial em França

Apesar da grande diversidade política existente em França, só quatro partidos estão representados no Parlamento — UMP de direita, UDF de centro direita, PS de centro esquerda e PCF de esquerda. Esta excessiva selectividade cria um problema de funcionamento democrático já que uma grande parte do espectro político francês — a extrema direita, os soberanistas, os nacionalistas (corsos, bascos, bretões, alsacianos, catalães, saboianos,...), os ecologistas, os trotskistas, os altermundialistas — está ausente do debate parlamentar. Por essa razão, muitas sensibilidades políticas aproveitam a campanha eleitoral para apresentarem um candidato e assim — embora tenham nulas possibilidades de ganhar — poderem defender as suas teses durante várias semanas nos grandes órgãos de comunicação à escala nacional.
As inumeráveis sondagens deram como provável vencedor Nicolas Sarkozy, que começou a sua campanha eleitoral com uma viagem a Washington onde, em plena sala oval, jurou fidelidade ao imperador do mundo. Isso significa que, nos diversos conflitos do Médio Oriente, Sarkozy, se ganhar as eleições, alinhará ao lado dos americanos. É quanto basta para fazer o general de Gaulle — Sarkozy declara-se o legatário do gaulismo — dar voltas no túmulo.
A esquerda espera grandes dificuldades nestas eleições, pois as sondagens dão-lhe as intenções de voto mais baixas dos últimos 40 anos: apenas 35%, somando os socialistas com todos os outros mais à esquerda. Por isso, alguns dispõem-se a votar no centrista François Bayrou, que — dizem as sondagens — derrotaria em todos os casos Sarkozy na segunda volta. Mas, em França, o centro não passa de uma pura ilusão. Um mero disfarce da direita mais ultra-liberal e mais pro-americana. Daí que, para grande parte do eleitorado popular, a esperança se chame Ségolène Royal. Sem demasiadas ilusões.

:: enviado por JAM :: 4/21/2007 11:18:00 da tarde :: início ::
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