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terça-feira, novembro 16, 2004

O desastre é humano, mas também é cultural

Da vida e obra de Saddam Hussein, só conseguimos lembrar-nos de coisas más. Houve uma boa, no entanto, que o sanguinário ditador iniciou e que os americanos transformaram num autêntico desastre cultural. Saddam destinou cerca de 90 milhões de dólares, no final do século passado, para reconstruir e restaurar a antiga Babilónia, em nome da “reabilitação da monarquia e dos valores antigos”. Os princípios de construção e os materiais da época, seriam respeitados. A Babilónia dos Jardins Suspensos, da Torre de Babel e do Portão de Ishtar renasceria assim com todo o clima e o brilho do passado.

Depois da invasão do Iraque pelas tropas americanas, o Museu de Bagdade, com antiguidades de milhares de anos, foi saqueado e mais de 170 mil das suas peças foram roubadas ou destruídas. Uma perda irreparável para a humanidade. Como se isso não bastasse, as forças de ocupação permitiram ainda a destruição do sítio arqueológico da antiga Babilónia e o saque do Museu de Hamurabi. A América, que há menos de 500 anos atrás era uma mistura de selvas e desertos ocupados por índios selvagens, é muito pequena perante os 7 mil anos de civilização iraquiana. Talvez por isso os americanos tivessem deixado saquear e destruir as riquezas culturais do Iraque.

Ao repúdio mundial perante o genocídio e o desrespeito dos direitos humanos, deve juntar-se a condenação perante a barbaridade e exigir, de americanos e ingleses, que a reconstrução do Iraque, prometida por Bush, dê também continuidade ao projecto de restauração da Babilónia.

:: enviado por JAM :: 11/16/2004 11:26:00 da tarde :: início ::
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