sábado, dezembro 11, 2004
Cocktail mata-crianças
É um circulo vicioso catastrófico. A SIDA alimenta a pobreza que alimenta a guerra que, por sua vez, alimenta a pobreza e a SIDA... Hoje, puxamos o sinal de alarme porque o que constatamos não é uma fatalidade. Os meios financeiros existem; a única coisa que falta é a vontade política.
O primeiro factor mortal é a guerra. Desde 1990, mais de dois milhões de crianças foram vitimas mortais de conflitos armados, nos quais são muitas vezes forçadas a participar como soldados, mensageiros e até mesmo espiões. Muitas vezes são vitimas de violência sexual, que se tornou uma arma de guerra em países como a Bósnia, a Croácia, o Congo, a Serra Leoa ou o Darfur, onde a violação de meninas faz parte das estratégias de combate, contribuindo assim para a disseminação do HIV. Só na África sub-saariana, 2 milhões de crianças vivem infectadas com o vírus da SIDA. Mas o pior é que também os adultos são atingidos pelo vírus, causando um número da ordem dos 18 milhões de órfãos.
Ao ritmo actual, os objectivos deste milénio, fixados pela ONU, para reduzir a pobreza não serão alcançados antes dos próximos... cento e cinquenta anos! Que fazer então? Os Estados devem compreender que são necessários investimentos massiços, porque o desenvolvimento das crianças é essencial para o desenvolvimento dos países, refere Jacques Hintzy. Seria preciso que pelo menos as promessas feitas em matéria de ajudas ao desenvolvimento fossem respeitadas. Dos 27 países da OCDE, só cinco é que o fizeram. Para além disso, seria suficiente reduzir de apenas 5% as despesas com armamento em todo o mundo, para gerar os 40 ou 50 biliões de dólares necessários à luta contra a pobreza.
Será que é assim tão utópico?
:: enviado por JAM :: 12/11/2004 01:30:00 da manhã ::
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