BRITEIROS: História duma salada de tomate <$BlogRSDUrl$>








quinta-feira, dezembro 16, 2004

História duma salada de tomate

Já que aqui falámos em tomates, vou contar-vos a história de uma salada de tomate.

A história dos tomates começa no México, sobre um terreno comprado por uma companhia americana. As sementes são híbridas, criadas graças aos subsídios pagos pelos contribuintes americanos, para apoiar a investigação. A terra em questão foi previamente sulfatada com metil-brometo, 120 vezes mais destruidor da camada de ozono que o CFC-111, e depois foi tratada com pesticidas, distribuídos pela Monsanto, um dos maiores poluidores do Estados Unidos, e não só. Os resíduos da produção destes pesticidas são transportados, por barco, para a maior lixeira tóxica do mundo em Emelle, no Alabama, onde a maior parte da população vive na pobreza.
Os trabalhadores mexicanos não usam luvas de protecção nem mascaras, que os protejam dos pesticidas, como mandam as normas de segurança. Ganham dois dólares e meio por dia, sem qualquer direito à segurança social.
Depois de colhidos, os tomates são embalados em plástico, sobre pequenos tabuleiros de plástico, e depois em embalagens de cartão. Estas embalagens foram fabricadas por uma companhia do Texas, cujos trabalhadores estão expostos a riscos crescentes de cancro e enfraquecimento do sistema imunitário, devido à exposição a fortes doses de dioxinas. As fibras de cartão provêm de velhas árvores, com mais de 300 anos, da Colômbia Britânica, no Canadá. O cartão é fabricado na região dos Grandes Lagos, cujo peixe os habitantes locais são desaconselhados de consumir, pois estão também poluídos com as dioxinas. O cartão segue depois, por via marítima, para o México.
Uma vez dentro das caixas de cartão, os tomates, avermelhados à base de éter, insípidos e sem valor nutritivo, são expedidos em camiões frigoríficos para o Canadá. Estes camiões estão equipados com sistemas de refrigeração à base de CFC, produzido pela Du Pont. Chegados ao destino, as embalagens de plástico vão para o lixo, que é recolhido e enviado para os Estados Unidos, onde é queimado numa incineradora em Detroit.
São precisos combustíveis para assegurar todas estas viagens, que contribuem para o aquecimento do clima. O petróleo é extraído no Golfo Campeche no México ou nos campos do Texas (quando não vem do Iraque) e enviado para as refinarias da costa dos Estados Unidos, que são, só por si, responsáveis pela morte ecológica da região. O petróleo refinado é depois redistribuído aos fabricantes de plástico, de pesticidas, de embalagens e de veículos, que tornam possível o transporte dos famosos tomates a cerca de 3 mil quilómetros de distância.

Bem-vindo à América do Norte. A sua salada de tomate está pronta. Bom apetite!

:: enviado por JAM :: 12/16/2004 02:32:00 da tarde :: início ::
2 comentário(s):
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    Aqueles que se julgam a salvo, por se encontrarem do outro lado do Atlântico, saibam que, na Europa, a alimentação é irradiada com cobalto-6 e césio-137, em grande parte proveniente de resíduos das centrais nucleares.
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    Contrariamente ao que prevêem as directivas europeias, a prática corrente na Europa é a ausência de etiquetagem conforme nestes alimentos irradiados.
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    De Anonymous Anónimo, em dezembro 16, 2004 6:05 da tarde  
  • E anda gente a comer disto e a dar de comer a tipos destes!

    De Blogger mfc, em dezembro 16, 2004 8:22 da tarde  
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