sábado, janeiro 08, 2005
Entremos no concreto...
Os portugueses habituaram-se a pensar que só o PSD e o PS poderão, alternadamente, conduzir os destinos e as políticas do país. Sobre o PSD, muito se disse, e escreveu, nos últimos meses. Os rumores que circulam agora, de que poderá haver uma cisão no partido, após as eleições de Fevereiro, são mais um sintoma de que o PSD não está preparado para governar.Quanto ao PS, acabo de ler um novo exemplo: O deputado Guilherme d’Oliveira Martins, actual número 11 das listas pelo Porto, escreve, no seu Casa dos Comuns, um extenso documento sobre o que considera serem compromissos concretos que possam responder aos anseios dos cidadãos.
Sentidos da Vida, em mais uma leitura crítica do deputado socialista, rebate que nem só de doutrinas vive o homem e que não vislumbra uma única solução ou medida concreta no documento em questão.
Está quase tudo dito, mas eu gostaria de acrescentar uma coisa:
Oliveira Martins pergunta: Onde está um modelo de solidariedade cívica que garanta a sobrevivência para os mais velhos e o emprego para os mais novos? E quase responde com: A social-democracia tem posto a tónica na nova geração de políticas sociais.
Ora o problema não está no modelo a aplicar. Soluções de políticas sociais polulam nos textos doutrinários. O que não se encontra tão facilmente são políticos sociais. Homens e mulheres competentes, com o sentido do bem comum e do interesse colectivo. Oliveira Martins usou o termo correcto capital humano, mas usou-o totalmente fora do contexto.
O PS só poderá ser alternativa de governo quando, em vez de girar em torno dos amigos, dos filhos, dos irmãos e das viúvas dos seus dirigentes, souber escolher, e formar, políticos que não só leiam os textos de Rosanvallon, Tocqueville, Bobbio e Keynes, mas que, acima de tudo, sejam capazes de os aplicar.
:: enviado por JAM :: 1/08/2005 01:08:00 da tarde :: início ::
1 comentário(s):
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Certo que há que defenir quem integra as listas.De mfc, em janeiro 09, 2005 12:24 da manhã
São os homens que aplicam a política .
O problema tem 2 vertentes.
1º não me parece que a balbúrdia tenha sido para escolher os mais capazes;
2º não vejo uma política defenida. Vejo chavões e apelos ocos à consciência social.