segunda-feira, maio 30, 2005
Europeus de primeira e de segunda categoria
Jean-Claude Junker, o presidente em exercício da União Europeia, dizia na semana passada: considero que seria algo de extraordinário dizer agora aos outros povos que já não vão precisar de votar, porque a França decidiu pelos outros.
É certo que até agora tinham votado nove países pelo “sim”, mas não nos esqueçamos que, desses nove países, só um decidiu referendar a vontade soberana do Povo, que foi a Espanha. E se os espanhóis votaram “sim”, foi porque, como escrevia Vasco Pulido Valente, no Público: Enquanto de Bruxelas escorrer um vintém, e tirando meia dúzia de excêntricos, toda a gente, se votar, vota “sim”. Não se morde a mão que nos dá o pão.
Não nos venham pois dizer agora que não é por os franceses terem votado “não” que a maioria dos europeus deverá ficar em casa. Se é verdade que a maioria vai ficar em casa, como os italianos ou os alemães, é porque não tiveram a mesma chance que os franceses de serem consultados pelos respectivos governantes antes de estes ratificarem o Tratado constitucional.
Resta-nos esperar para ver de que forma os europeus de primeira que ontem votaram irão influenciar os outros europeus de primeira.
:: enviado por JAM :: 5/30/2005 12:26:00 da manhã :: início ::
1 comentário(s):
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É isso, não queremos pertencer a uma Europa em que a maior parte dos cidadãos não se puderam pronunciar sobre o andamento da mesma. Isto assim começa a descambar para uma República de Platão: a ditadura dos iluminados! (Bem, a maior parte deles está à sombra no que se trata de conhecer as dificuldades do dia-a-dia).De , em maio 30, 2005 3:03 da tarde