segunda-feira, maio 30, 2005
Não perceberam absolutamente nada
Ao ler os jornais e os blogs desta manhã só confirmei o que já suspeitava ontem à noite: não perceberam absolutamente nada. Pego no post de Ana Gomes no Causa Nossa apenas como um exemplo. Como, se tivesse votado em França, votaria “Não”, fiquei a saber, através da Dra. Ana Gomes, que sou estúpido, não tenho bom-senso, não sou europeista (suponho que se refira à União Europeia porque ser contra um Continente parece-me um bocado complicado) e não tenho sentido de História. Por outro lado fiquei a saber que sou xenófobo, vingativo primário, soberanista barato e medricas. Não percebeu mesmo nada, pois não Dra. ? ao que os franceses disseram “Não” foi a uma classe política que não tem qualquer preocupação pelo dia a dia dos cidadãos; uma classe política para quem 20 milhões de desempregados é apenas um efeito colateral do objectivo supremo da integração europeia; uma classe política que despreza os cidadãos e com eles a democracia; uma classe política que dá a ideia de só se preocupar com próximo cargo que irão ocupar; uma classe política medíocre que não faz a mínima ideia de como sair de uma crise política e económica que os próprios criaram; e uma classe política que nem sequer tem a dignidade de se demitir quando dramatiza até ao absurdo uma pergunta sobre um texto e as suas ideias são derrotadas.
Ana Gomes, no registo meio histérico que costuma utilizar a fim de amedrontar os seus adversários, disse apenas o que Chirac, Schroeder, Junker, Barroso, etc. pensam. Não perceberam mesmo nada.
Ana Gomes, no registo meio histérico que costuma utilizar a fim de amedrontar os seus adversários, disse apenas o que Chirac, Schroeder, Junker, Barroso, etc. pensam. Não perceberam mesmo nada.
:: enviado por U18 Team :: 5/30/2005 02:39:00 da tarde ::
início ::
10 comentário(s):
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Mas era essa classe política que ia a referendar?De
Sacha, em maio 30, 2005 4:18 da tarde
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Discordo de uma coisa neste artigo.De
O registo da ana gomes não é meio histérico. É totalmente histérico.
È, é de facto verdade;a excelentissma dra. ana gomes não percebeu nada nem vê um boi do que se está a passar;logo ,quando em estado de pânico chama nomes...saudades da parte dela do prec...ou de antes do prec...oude qualquer coisa assim...
, em maio 30, 2005 5:12 da tarde
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Este comentário foi removido por um gestor do blogue.De U18 Team, em maio 30, 2005 5:20 da tarde
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Sacha: Não deveria ter sido mas foi. Para mim é apenas um Tratado com ares de Constituição e a ideia de UE associada que deveria ser referendada. Só que, a partir do momento em que se anuncia "ou isto ou o diluvio" e que se afirma não saber o que fazer em caso de derrota, a unica atitude digna passa a ser a demissão, ou não?De U18 Team, em maio 30, 2005 5:22 da tarde
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A menina Ana Gomes nos seus delírios pós-menopáusicos é o que é, mas não está só. Histericamente diz em voz alta aquilo que o Partido Socialista sussurra!!! Ou não será?!!!De , em maio 30, 2005 11:28 da tarde
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Na linha 3 onde se lê "Partido Socialista" deve ler-se "Partido Ex-Socialista".Fica a correcção!!!De , em maio 30, 2005 11:32 da tarde
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O problema caro JR é que o povo francês não votou NON pelas razões que são apresentadas neste post... mas sim pelos motivos que a AG publicou "a quente" no causa-nossa.De
Esse é o problema, o motivo que levou a AG a escrever tal post, e o que me faz duvidar seriamente da capacidade do povo europeu em construír uma UE funcional... ainda somos todos muito verdinhos, xauvinistas e outras coisas que nem me atrevo a escrever aqui com medo de que façam um post só sobre a minha opinião.
Um abraço. Paulo Costa, em maio 31, 2005 1:50 da manhã
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Os franceses não são estúpidos. Mesmo se, há muito tempo, os debates televisivos tinham sido substituídos pelos bigbrothers, as quintas das celebridades, as star academy, as popstars, o povo francês não estava assim tão adormecido como os seus políticos pensavam.De
Um tratado é um tratado. O texto de um tratado ou é bom ou é mau. Se é mau, e se nos pedem para votá-lo, vota-se NÃO…
Deu gosto ver como o debate voltou às televisões durante todo o mês de Maio. Apesar de todas as pressões da classe política dominante, pelo SIM, assistimos a debates interessantíssimos, em que a situação da Europa foi analisada e o texto da Constituição foi dissecado quase palavra por palavra.
Quando o texto consagra o direito ao casamento, mas não ao divórcio; o direito ao pleno emprego, mas não a luta contra o desemprego; a independência da UE, mas não a saída da OTAN ; a liberdade de trabalhar, mas não a liberdade de fazer greve.... etc., etc...
É um mau tratado. E o povo francês não se enganou. , em maio 31, 2005 9:44 da manhã
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Recomendo a leitura do excelente post da Emiéle no Afixe :De
O PLANO B , em maio 31, 2005 10:10 da manhã
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Se Chirac apostou no referendo, foi apenas porque, como toda a elite desta engenharia, nunca pôs na equação a vontade dos cidadãos. Ébrio da tal cegueira que fez da União Europeia um espaço mais económico do que político ou identitário e produziu pouco democraticamente este tratado vazio de direitos sociais e laborais, Chirac apenas declinou a ratificação na Assembleia Nacional porque nunca supôs o resultado deste domingo.De
Compreender que grande parte dos votos no "não" (em França, na Holanda, na Dinamarca) são de europeus que querem a UE, mas que a querem outra, parece ser uma charada para os eurocratas da Europa à sua imagem e semelhança.
Se persistem em adiar a Europa dos povos e democracia da UE, os franceses já mudaram parte da rota. Como só eles o poderiam fazer, já que sempre entreviram possibilidades para além das atlânticas. O contrário se passará em Portugal, onde esse arrojo é refém da visão da Europa como rendimento e não como projecto, um arranjo conveniente como já era no tempo de Salazar. Em consentâneo, resta um referendo coincidente com eleições autárquicas e onde os riscos parecem já ter sido ensaiados "no estrangeiro".
Comme il faut.
(Diário de Notícias – 31/05/05) , em maio 31, 2005 10:50 da manhã
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