Será o próximo “Não” ? Duvidoso. O primeiro-ministro declarou que se demitiria se o “Não” ganhar e, sendo o voto obrigatório, acabará por fixar todo o seu eleitorado, o que deverá ser suficiente para que o “Sim” ganhe.
O voto luxemburguês é importante para Portugal na medida em que dele dependerá a realização do nosso referendo. Sem querer fazer concorrência à astróloga Maia, prevejo que o Conselho Europeu de 16 de Junho decidirá não decidir e esperar pelo resultado no Luxemburgo. Se o “Não” ganhar, nem a criogenia poderá salvar a Constituição: três “Nãos” seguidos, mais os prováveis “Não” da Dinamarca e da Inglaterra - ou até da Polónia, da Suécia ou da República Checa – servirão, mesmo formalmente, para enterrar definitivamente a coisa. Se o “Sim” ganhar haverá a tentativa de continuar com o processo de ratificação argumentando que a tendência para o “Não” pode ser invertida e que as votações holandesa e francesa foram conjunturais.
E eis como a opinião de um pequeno Estado pode assumir uma enorme importância para os restantes países da UE. O problema é que os luxemburgueses começaram a perceber que, se a Constituição estivesse em vigor, já não seria bem assim ...