segunda-feira, julho 18, 2005
A verdade vem sempre ao de cima

Anunciados os resultados, ficou no entanto a impressão de que algo teria corrido mal (para os americanos), pois – ao contrário das eleições afegãs onde o aliado dos americanos Hamid Karzai foi eleito sem surpresa e por larga maioria – no Iraque a lista de Iyad Allaoui, que era então o primeiro-ministro interino, apoiado pelos dirigentes norte-americanos, não obteve mais do que o terceiro lugar com menos de 14% dos votos, enquanto a lista do ayatollah Ali Sistani teve uma larga vitória com 48% dos votos.
O New Yorker narra agora os acontecimentos dos bastidores das eleições iraquianas e a forma como a Administração Bush as tentou influenciar, recorrendo a operações clandestinas para impedir uma vitória esmagadora dos xiitas, próximos do Irão. De acordo com antigos e actuais responsáveis do exército e dos serviços secretos, citados pelo artigo, o governo de Bush decidiu intervir secretamente no processo eleitoral iraquiano. Mas algo falhou.
Resultado, o actual Primeiro Ministro iraquiano, Ibrahim Djaafari, esteve no Sábado passado no Irão, na primeira visita desde há décadas de um dirigente iraquiano aos seus “inimigos mortais” iranianos.
O que é que terá falhado na acção americana? Que medidas estarão previstas para corrigir a falha, que poderá ter comprometido toda a estratégia americana que conduziu à invasão do Iraque? Será por isso que começaram a negociar com os insurgentes, coisa impensável ainda há poucos meses?
:: enviado por JAM :: 7/18/2005 10:40:00 da tarde ::

