segunda-feira, setembro 05, 2005

À espera da última gota

As bombas de gasolina britânicas foram obrigadas a modernizar tecnicamente os painéis que afixam os preços, para permitirem acrescentar mais um dígito.
Como certamente repararam, os preços do petróleo voltaram a disparar esta semana, sob o efeito dos estragos provocados pelo furacão Katrina na região petrolífera dos Estados Unidos. Os ingleses, como toda a gente, não imaginavam que os preços poderiam atingir tão depressa o valor de uma libra por litro (um euro e meio), o que implica a necessidade de alterar os contadores e os painéis, até agora previstos para o valor máximo de 99,99 pence.

Como é que nós iremos viver quando o petróleo desaparecer dos subsolos do Planeta? Esta questão vai colocar-se rapidamente já que, em circunstâncias normais, as reservas que descobrimos todos os anos representam apenas um terço do que consumimos. Isso fará com que o ouro negro se torne uma matéria rara e preciosa.
Como vão então andar os nossos carros e camiões? Andar de avião vai tornar-se um luxo quase inacessível. Os que pretenderem viajar para paragens longínquas vão ter que recorrer de novo à lentidão dos navios, e a Terra voltará a ser imensa...
Uma coisa é certa: a era da energia super-abundante, quase gratuita, acabou. Vai ser preciso inventar novas tecnologias, muito mais económicas e sustentáveis. Uma das possibilidades é aquecermo-nos a partir da energia solar. As técnicas para isso já existem. Mas fazer andar um automóvel com hidrogénio – a energia do futuro, como nos dizem – é uma aposta muito mais arriscada. Sabemos já fazer alguns protótipos, é certo, mas vai ser preciso dividir o seu preço por... cinco mil.