BRITEIROS: "Agarrem-me, se não mato-o !” <$BlogRSDUrl$>








quinta-feira, junho 29, 2006

"Agarrem-me, se não mato-o !”

Quando leio estas noticias, lembro-me sempre da cena tipicamente portuguesa do “ agarrem-me, se não mato-o!” - “então!? Ninguém me agarra!?”.
O presidente da câmara de Viseu fez o costumado número do macho latino revoltado com as injustiças. Apelou à utilização de pedras para “combater a burocracia” que, num País de brandos costumes, não se utilizam balas. Depois, como é costume, quando a coisa aquece vem dizer que não era bem isso que queria dizer e que foi tudo “descontextualizado”. Ou seja, um valentão quando a plateia é favorável, um cobarde na hora de assumir as consequências.

Conhecendo o meu País como conheço, não me custa nada acreditar que para colocar umas manilhas sejam precisas 36 autorizações de 25 entidades diferentes. É assim. São as leis que temos e, desconfio, há muito pouca gente interessada em alterá-las.
Que sejam as autarquias as primeiras a desrespeitar a lei – confessava, candidamente, na televisão o presidente da Junta de Freguesia em causa que, de facto, não tinha licença para a obra e nem sequer percebia para que precisava da dita – é sintomático do que o País pensa das suas leis: textos obscuros de que se sabe, vagamente, a existência e que só se aplica aos outros. O ambiente? O ambiente é para os discursos politicamente correctos e para os grandes princípios porque quando é para obedecer a leis ou fazer alguma coisa de concreto, é óbvio que isso é só para os outros.

:: enviado por U18 Team :: 6/29/2006 03:39:00 da tarde :: início ::
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