sexta-feira, julho 28, 2006
Quando um doente da tiróide quase paralítico sucede a um doente de cancro
Como muita gente da minha geração, aprendi a gostar de ciclismo com o saudoso Joaquim Agostinho. Desde aí, esta modalidade desportiva nunca deixou de me fascinar: porque é um desporto individual sendo, ao mesmo tempo, colectivo; porque é brutal andar 200Km em cima de uma bicicleta a subir 5 montanhas que até de carro fazem impressão; porque o esforço é contínuo e qualquer desfalecimento custa meia hora no fim da etapa; porque não há simulações, fingimentos ou batota.
Isto era o que eu pensava até há pouco tempo. Sempre desconfiei que não era com febras e tintol que se subia o Alpe d’Huez em 30 minutos mas também pensava que o treino, uma alimentação cuidada e as capacidades físicas podiam fazer milagres.
Parece que não é bem assim. Nos últimos anos, a prova mais importante do calendário ciclista, a Volta à França, foi dominada por um doente de cancro sem que, aparentemente, alguém se surpreendesse. Este ano sucedeu-lhe um ciclista que necessita uma prótese na anca. Ninguém se espantou.
No caso do doente de cancro, todas as análises detectavam apenas produtos indicados para o tratamento da doença de que padecia. No caso do deficiente físico ainda não se sabe muito bem o que é que a testosterona tem a ver com o problema da anca mas já vai adiantando problemas na tiróide para justificar o resultado da análise.
Percebi finalmente que o ciclismo não é um desporto de atletas saudáveis no máximo das suas capacidades físicas. O ciclismo é um desporto de gente com sérias deficiências físicas e/ou doenças graves que necessita de cocktails de medicamentos para poder sobreviver.
Não sei se vou continuar a seguir as provas de ciclismo. A competição entre laboratórios farmacêuticos interessa-me muito pouco.
Isto era o que eu pensava até há pouco tempo. Sempre desconfiei que não era com febras e tintol que se subia o Alpe d’Huez em 30 minutos mas também pensava que o treino, uma alimentação cuidada e as capacidades físicas podiam fazer milagres.
Parece que não é bem assim. Nos últimos anos, a prova mais importante do calendário ciclista, a Volta à França, foi dominada por um doente de cancro sem que, aparentemente, alguém se surpreendesse. Este ano sucedeu-lhe um ciclista que necessita uma prótese na anca. Ninguém se espantou.
No caso do doente de cancro, todas as análises detectavam apenas produtos indicados para o tratamento da doença de que padecia. No caso do deficiente físico ainda não se sabe muito bem o que é que a testosterona tem a ver com o problema da anca mas já vai adiantando problemas na tiróide para justificar o resultado da análise.
Percebi finalmente que o ciclismo não é um desporto de atletas saudáveis no máximo das suas capacidades físicas. O ciclismo é um desporto de gente com sérias deficiências físicas e/ou doenças graves que necessita de cocktails de medicamentos para poder sobreviver.
Não sei se vou continuar a seguir as provas de ciclismo. A competição entre laboratórios farmacêuticos interessa-me muito pouco.
:: enviado por U18 Team :: 7/28/2006 03:45:00 da tarde :: início ::