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segunda-feira, outubro 16, 2006

Os limites do microcrédito

O Banco Grameen, fundado em 1983, contou no início com uma forte rejeição. Ninguém acreditava na rentabilidade de um projecto bancário vocacionado para pessoas sem recursos. Até 1995, o “banco dos pobres” dependeu das ajudas externas para aguentar o seu sistema de microcréditos. Mas depressa demonstrou que a confiança depositada nas pessoas era a sua melhor garantia. O risco de morosidade dos reembolsos é, de facto, extremamente baixo.
O Banco Grameen tem mais de 6,6 milhões de clientes, dos quais 97% são mulheres. A fórmula conseguiu um exito tão grande que se repercutiu em variadíssimas zonas do planeta ― em Portugal, está representado pela Associação Nacional de Direito ao Crédito. A própria ONU considera o microcrédito uma ferramenta indispensável para erradicar a pobreza. Mas, como geralmente as despesas de funcionamento são elevadas, muito poucos conseguem funcionar sem subvenções.
O intuito do Comité Nobel, ao decidir premiá-lo ― prémio Nobel da paz e não da economia ― foi trazer à memória que não pode haver paz enquanto existir pobreza. O microcrédito não é propriamente uma vitória do micro-capitalismo. As mulheres agricultoras que maioritariamente dele beneficiaram e que, antes, eram excessivamente pobres, passaram a ser simplesmente pobres, nada mais.
Não nos iludamos: o microcrédito não é uma panaceia contra a pobreza. Não é possível fazer de cada homem ― ou mulher ― um micro-empresário. Para lançar as base de um maior desenvolvimento, são necessários outros mecanismos de ajuda, como a construção de escolas, o abastecimento de água, as ajudas alimentares directas, ...

:: enviado por JAM :: 10/16/2006 06:24:00 da tarde :: início ::
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