domingo, março 25, 2007
Triste aniversário
No princípio do ano, Angela Merkel pretendia fazer deste aniversário uma ocasião para dar um novo impulso à União. Com confiança, previa aproveitar para relembrar tudo aquilo que une os europeus, principalmente o modelo social. Via nisso uma forma de reanimar a chama francesa para a União, um preliminar indispensável para fazer descolar a famigerada Constituição, liberta do peso dos Tratados anteriores e modestamente rebaptizada “Tratado Fundamental”.
Mas a confiança de Frau Merkel estava muito longe de ser unânime. Falar do euro? Poderia parecer lógico e era essa a vontade do presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, Primeiro ministro do Luxemburgo, mas...
Mas os britânicos desataram aos gritos. O QUÊ? O EURO? Esse euro no quadro de honra, quando eles não só não aderiram como estão cada vez mais longe de aderir? Não seria isso um artifício para os excluir? O euro, portanto, fora. Então a zona Schengen, esse espaço da União onde se pode circular livremente sem mostrar o passaporte? “That’s no good”, voltaram a retorquir os britânicos que também não aderiram e hop! Fora com Schengen.
Então talvez o modelo social europeu? Nem pensar. É a linha vermelha para os países liberais que só muito contrariados e sob muita pressão tinham assinado o projecto da Constituição, que tão contentes ficaram com o seu enterro e que não são agora parvos para meterem o dedo nessa engrenagem da economia social de mercado. Fora portanto com o social. O que é que resta então?
Boa questão. Como vimos hoje, falou-se dos pais fundadores, dos 50 anos de paz, sopraram-se as velas, ouviu-se o Hino da Alegria,... Mas, quanto ao novo impulso da Europa... Vamos ter que esperar.
Etiquetas: Europa, União Europeia
:: enviado por JAM :: 3/25/2007 01:33:00 da tarde ::
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