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terça-feira, abril 24, 2007

24 de Abril

Na véspera do 33º aniversário do 25 de Abril, submeto à vossa consideração alguns extractos do livro "Máscaras de Salazar", de Fernando Dacosta:
"(...) «A PIDE fez um trabalho notável em África pelas informações que fornecia, permitindo-nos obter resultados superiores à nossa capacidade de combate», referia-me Costa Gomes. «Lamento sinceramente que agentes seus tenham cometido a tolice de terem, no 25 de Abril, aberto fogo, matando alguns manifestantes. Spínola e eu, para os salvar, mandámos prendê-los. Depois facilitou-se-lhes a fuga e a saída discretas até ao seu semi-esquecimento» (fls. 72).
"Salazar era, para Fernando Pessoa, o produto de uma fusão de estreitezas: «a alma campestremente sórdida do camponês de Santa Comba alargou-se em pequenez pela educação do seminário, pelo desumanismo livresco de Coimbra, pela especialização rígida pesada do seu destino escolhido de professor de finanças» (fls. 236).
"Agostinho da Silva, que teve de se exilar, definirá Salazar como um mal necessário na época. «Portugal partiu uma perna. Ele foi o gesso. Fez comichão, irritou, deformou. Quando a fractura ficou curada, o emplastro caíu e o país recomeçou a andar» (fls. 237).
(...) «O imaginário introduzido pelo 25 de Abril não foi suficientemente poderoso para apagar o imaginário do regime anterior» afirmou Eduardo Lourenço, em 1997 (fls. 365)."

:: enviado por Manolo :: 4/24/2007 10:09:00 da tarde :: início ::
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