quinta-feira, junho 14, 2007
Qual é o país que mais contribui para o orçamento comunitário?
Ouvi ontem o correspondente da Antena 1 em Bruxelas, Luís Ochôa, falar da apresentação de um relatório elaborado pela Deloitte para o Parlamento Europeu, em relação ao futuro dos recursos próprios do orçamento comunitário, no qual se destaca que Portugal, com 0,96 por cento do nosso PIB é o país que mais contribui para as arcas comunitárias. Logo a seguir vem a Espanha com 0,93 por cento. Esse trabalho dos consultores internacionais analisa detalhadamente a contribuição dos Estados membros em função do PIB que, desde 1988, foi introduzido como a principal fonte de financiamento e atingiu, em 2005, 70 por cento do total das contribuições para a União.A média da contribuição dos 27 foi de 0,80 por cento e — um dado que deita por terra as ideias preconcebidas de muita gente — a Alemanha situou-se abaixo desse nível médio com 0,78 por cento. De igual modo o Luxemburgo e a Irlanda se situaram abaixo da média, com 0,72 e 0,78 por cento respectivamente. Mas o caso mais paradigmático é o da Grã-Bretanha que, após a redução do chamado cheque britânico, contribuiu para o orçamento comunitário com apenas 0,54 por cento do seu PIB.
O relatório, apresentado anteontem, vem na realidade denunciar um sistema injusto e perverso em que os países mais pobres são os que mais pagam e os mais ricos os que menos pagam. Isso só revela uma imagem da UE de um fardo para os orçamentos nacionais que em nada corresponde aos ideais europeus de Schuman e Adenauer. Habituemo-nos, pois nos próximos seis anos (pelo menos) o país que mais pagará para o orçamento comunitário vai continuar a ser... Portugal.
Etiquetas: Economia, Europa, Portugal
:: enviado por JAM :: 6/14/2007 09:31:00 da tarde :: início ::
1 comentário(s):
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É a desmistificação do demagogo slogan “ A Europa Connosco”, que tanto iludiu os portugueses.De , em junho 14, 2007 11:17 da tarde
Passados todos estes anos esta celebérrima frase pode ser traduzida do seguinte modo:
- fundos comunitários para alguns, uma minoria gananciosa e privilegiada;
- custo de vida exagerado em relação aos salários reais;
- o nosso tecido produtivo completamente desbaratado;
- a nossa dependência muito agravada, com a nossa soberania ameaçada;
- a nossa contribuição para o orçamento comunitário como se relata.