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quinta-feira, maio 29, 2008

De Lupo ovis pelle induto


"Com mais este acordo, FESAP e STE legitimaram a intenção do Governo de:

- liquidar a generalidade das carreiras profissionais da Administração Pública;
- fazer depender as progressões na carreira da boa-vontade das chefias e das eventuais disponibilidades orçamentais:
- flexibilizar os horários de trabalho;
- reduzir horários de trabalho e, consequentemente, as remunerações;
- transformar a instabilidade em regra, exterminando os vínculos laborais estáveis;
- introduzir os despedimentos na Administração Pública;
- atentar contra os direitos sindicais.

Com este acordo, a UGT, através da FESAP e STE, criou condições para que, também na profissão docente, possam ainda agravar-se mais as condições de exercício profissional abrindo caminho a que este ou outro governo que lhe suceda imponha regras que desvalorizem ainda mais a profissão e a carreira dos docentes portugueses."


As minhas considerações são muito mais simples e directas. Em que reunião, plenário ou outro mecanismo de democracia interna sindical é que houve algum português empossado para o exercício de funções públicas que tenha mandatado a UGT para negociar a natureza do seu vínculo laboral?

 Com que legitimidade é que esta "rapaziada" atraiçoa descaradamente aqueles que diz representar? 

Se ainda estivéssemos no século XIX talvez umas boas bengaladas pusessem esta malta no bom caminho.



Sei lá porquê vem-me à ideia uma leitura obrigatória dentre as leituras únicas do Estado Novo:



OS BOIS

Os bois! Fortes e mansos, os boizinhos,
- leões com corações de passarinhos!

Os bois! Os grandes bois, esses gigantes,
tão amigos, tão úteis, tão possantes!

Vede os bois a puxar, pelas estradas,
aquelas pesadíssimas carradas.

O corpo deles, com o esforço, freme,
e o carro geme, longamente geme...

E à noite, pela estrada tão sozinha,
o carro geme, geme, e lá caminha...

E parece, pela noite envolta em treva,
que é o carro a chorar por quem o leva.

Vede o boi a puxar à velha nora,
que parece também que chora, chora...

A nora chora, e o boi, cansadamente,
anda à roda, anda à roda, longamente...

E parece pela tarde erma que expira,
que é a água a chorar por quem a tira.

Mas vede os bois, também, nessa alegria
de trabalhar na terra à luz do dia!

Vede os bois a puxar ao arado, agora
que o lavrador conduz pelo campo fora!

Eis um canto de amor no ar se espalha:
- é a terra a cantar por quem trabalha!

O arado rasga a terra, e os bois, passando,
com os seus olhos a vão abençoando.
Sem as suas fadigas e canseiras,
não teriam florido as sementeiras!

Sem a sua força, sem a sua dor,
não estava rindo a terra toda em flor!...

E, por onde os bois lavraram,
as fontes frescas brotaram,
as árvores verdejaram,
os passarinhos cantaram,
as flores floriram,
os campos reverdeceram,
os pães cresceram
e os homens sorriram!...

*****

Bois. mas mansos. Mansos sempre...


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:: enviado por RC :: 5/29/2008 09:40:00 da tarde :: início ::
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