1 comentário(s):

• Manuel, ainda restam muitas coisas que estes tempos amargos nos fazem esquecer e algumas ainda vêm desde 1975.
  Mas o pior é o que já vai sobrando: o medo de denunciar estes quadros coloridos, em que aqueles a quem, muito bem, chamas cangalheiros, se entretêm a matar saudades da revolução que tiveram o cuidado de corrigir a tempo. E, pelos vistos, valeu-lhes a pena. Estão felizes, bem aposentados ou com umas actividades asseguradamente rentáveis.
  E sabendo que a vida, na sua injustiça tradicional, não os excluiu do contrato a prazo que faz com todos (a morte continua difícil de comprar...), vêm regularmente exibir-se nas janelas da comunicação social, na esperança de que a História se deixe enganar pelos sorrisos do descaramento de quem continua a fingir que devolveu o poder ao povo num qualquer novembro...
  
  Enquanto não acreditarmos que o voto não pode servir para dar um cartão de livre trânsito aos eleitos (seja de que cor forem) e tem que começar a ser um gesto de compromisso que que tem que ter como resposta a obrigatoriedade dos eleitos se constituirem como governo do povo pelo povo (como diria o presidente norte-americano Abraham Lincoln,que, segundo julgo saber,não chegou sequer a ser marxista) ainda vamos ter como certos mais uns belos espectáculos e brilhantes discursos para nos distrair a alma e o corpo ...
  
  E é por isso, sobretudo por isso mesmo, que eu gosto cada vez mais deste socialismo à portuguesa.
  
  vieira da silva
  De  vieira da silva, em maio 03, 2008 11:15 da tarde  

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