domingo, abril 20, 2008
angústia
dói-meeste protesto só palavras
lançado para a rua deste dia
este berro
que vou dando
enlouquecido
meu grito
mais alívio que revolta
este meu gesto
mais esboço do que vida
dói-me
esta manhã que não desenho
cansado de ser sempre este murmúrio
minha fúria
que não mostro pedra e fogo
meu canto
mais lamento do que alerta
meu conformismo
que não quero suportar
mas venho
meu não crer no imutável
meu sangue
circulando sem sossego
na ânsia
de encontrar em cada braço
a sede de arrancar desde a raiz
a névoa o fumo o medo
esta prisão
talvez então meu sonho seja vosso
e nasça em cada corpo deste areal
e juntos
nos façamos chama arma
coragem labareda
vendaval.
vieira da silva
:: enviado por vieira da silva :: 4/20/2008 05:37:00 da manhã :: início ::