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sexta-feira, setembro 03, 2004

A nova ordem económica

A deslocalização da produção para os países de mão de obra barata, benefícios fiscais ilimitados e acordos secretos com governantes (quantas vezes sem legitimidade democrática para negociar), é uma das causas da insegurança sentida por muitos trabalhadores e famílias nos países ricos (mas, pelos vistos, em vias de empobrecer) onde, paradoxalmente, as grandes fortunas não param de aumentar. Cada vez mais gente vive com o pressentimento de estar a escorregar para um abismo, de consequências ainda imprevisíveis, enquanto os membros da “Nova Ordem Mundial” vão juntando e repartindo entre si a riqueza produzida pelos anónimos de todo o planeta, pouco preocupados com o futuro da humanidade e da própria vida.

A nova ordem mundial, ao serviço da OMC, ajuda os países em vias de desenvolvimento a prepararem, no terreno, as condições mínimas de acolhimento da economia de mercado «livre». A maioria desses países não está em condições de negociar, e muito menos de resistir à invasão, muitas vezes disfarçada de ajuda humanitária e de estabilidade política. Mesmo nos casos em que tudo parece claro e os benefícios parecem evidentes, quando menos se espera, as multinacionais apresentam de chofre a decisão já tomada: a unidade vai ser encerrada por motivo de deslocalização para outro país, com mão de obra ainda mais barata.

É verdade que a maioria dos países está cada vez mais integrada no mercado livre e cada vez mais gente tem acesso aos produtos correntes de consumo. No entanto, este dinamismo económico é enganador pois, na maioria dos países em vias desenvolvimento, só alguns grupos sociais restritos têm verdadeiro acesso ao consumo, e as fronteiras dessa abundância terminam abruptamente onde começa o país real. O jugo económico tende a perpetuar privilégios e a impedir o desenvolvimento gradual e sustentável de populações, que deviam ter tempo e espaço para escolherem, em liberdade, um caminho, uma política e uma identidade como povo, como nação, como país independente.

Os interesses económicos e financeiros dominantes são caucionados e protegidos pelas estruturas militares e de segurança ocidentais, que não hesitam em recorrer à guerra. Para além disso, este sistema económico global é alimentado pela divisão social entre países e no seio destes. Em resposta, o povo anónimo que produz a riqueza do planeta deve unir-se. Os grupos com uma causa específica devem dar-se as mãos num entendimento comum e colectivo do poder destrutivo e empobrecedor deste sistema económico.

Face a um sistema que está a destruir a vida das pessoas, a unidade de objectivos e a coordenação ao nível mundial entre os diversos grupos sociais são fundamentais. É necessário um ímpeto de grande magnitude que congregue todos os sectores da sociedade a todos os níveis, em todos os países, num objectivo comum para a eliminação da pobreza e a obtenção duma paz mundial duradoura.


:: enviado por JAM :: 9/03/2004 10:54:00 da tarde :: início ::
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