sábado, outubro 16, 2004
Até quando?
Antes mesmo do fecho das urnas, podemos, sem sombra de dúvida, garantir que Alberto João Jardim continuará a mandar na Madeira. Mistura explosiva de ditador e de governante eleito, há 30 anos que não há votos que cheguem para o obrigar a sair.
A Madeira não respira liberdade, nem democracia e o espectro da cultura do medo oprime o quotidiano dos madeirenses. A generalidade das pessoas foge da visibilidade pública para não ameaçar a sua carreira. Para quem lida todos os dias com histórias de pressões, constrangimentos e ameaças de toda a espécie, o episódio do professor Marcelo não passou duma anedota. Na ilha de Jardim, a imprensa que lhe foge à mão é ameaçada de «expropriação» em «legítima defesa». E vários jornalistas respondem em tribunal por delito de opinião.
Não sei se, no futuro, a Madeira aspira à independência ou se deseja conservar o estatuto de região autónoma. Mas, o verdadeiro espírito autonómico, para que cresça, terá de ser reformulado, fundar-se em princípios e valores, na liberdade e na vivência de uma cidadania plena, na democracia dos actos e na pluralidade das opiniões, na cultura, numa escola que erradique o analfabetismo e no fim das perseguições.
Não basta exigir do “contnente” os biliões de euros que lhes deve. Não basta lançar aos quatro ventos que o regime nacional é «uma farsa de democracia muito ao gosto de Salazar», como se tal não existisse na Madeira. Não basta exortar os madeirenses a criar movimentos regionais que façam «um cerco a Lisboa» contra os lóbies dos jornalistas, a classe política «medíocre» e os capitalistas «que pagam ao PCP para não serem chateados». Independentemente do resultado anunciado destas eleições, a Madeira precisa de construir um novo ciclo. Recusar a arrogância e a prepotência, pensar por si e arejar as ideias.
A Madeira não respira liberdade, nem democracia e o espectro da cultura do medo oprime o quotidiano dos madeirenses. A generalidade das pessoas foge da visibilidade pública para não ameaçar a sua carreira. Para quem lida todos os dias com histórias de pressões, constrangimentos e ameaças de toda a espécie, o episódio do professor Marcelo não passou duma anedota. Na ilha de Jardim, a imprensa que lhe foge à mão é ameaçada de «expropriação» em «legítima defesa». E vários jornalistas respondem em tribunal por delito de opinião.
Não sei se, no futuro, a Madeira aspira à independência ou se deseja conservar o estatuto de região autónoma. Mas, o verdadeiro espírito autonómico, para que cresça, terá de ser reformulado, fundar-se em princípios e valores, na liberdade e na vivência de uma cidadania plena, na democracia dos actos e na pluralidade das opiniões, na cultura, numa escola que erradique o analfabetismo e no fim das perseguições.
Não basta exigir do “contnente” os biliões de euros que lhes deve. Não basta lançar aos quatro ventos que o regime nacional é «uma farsa de democracia muito ao gosto de Salazar», como se tal não existisse na Madeira. Não basta exortar os madeirenses a criar movimentos regionais que façam «um cerco a Lisboa» contra os lóbies dos jornalistas, a classe política «medíocre» e os capitalistas «que pagam ao PCP para não serem chateados». Independentemente do resultado anunciado destas eleições, a Madeira precisa de construir um novo ciclo. Recusar a arrogância e a prepotência, pensar por si e arejar as ideias.
:: enviado por JAM :: 10/16/2004 04:18:00 da tarde :: início ::
2 comentário(s):
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Na hora da vitória:De , em outubro 18, 2004 12:04 da manhã
“Jardim cometeu alguns exageros, com excessos de benevolência, excessos de transigência, mas fazendo favores aos adversários, sendo bem educado com alguns senhores que eram autênticos agentes de subversão contra nós, mas o porreirismo acabou. De futuro nada será como antes”.
Pois não. Se vai ser ainda menos benevolente, mais mal educado e menos porreiro, vai ser certamente pior! -
Jardim voltou a ganhar confortavelmente mas em nítida perda, tal como o PP, ao mesmo tempo que o PS obteve uma notável subida, encurtando significativamente o enorme fosso que o separava do PSD.De JAM, em outubro 18, 2004 11:03 da manhã
Quem sabe, o princípio do fim do jardinismo...
(Vital Moreira, no Causa Nossa)