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sexta-feira, novembro 26, 2004

O exemplo da Ucrânia

Como aqui previmos, há cerca de um mês, a Ucrânia tornou-se o novo barril de pólvora do planeta. Enquanto milhares de manifestantes continuam a formar um cordão compacto bloqueando os edifícios do governo ucraniano e impedindo os funcionários e o contestado primeiro ministro eleito, Viktor Ianukovitch, de entrarem nos seus gabinetes, sucedem-se as visitas de altas personalidades europeias que pretendem mediar pacificamente a crise. O conflito estende-se bem para fora das fronteiras ucranianas e transformou-se num novo campo da batalha geopolítica internacional, na qual União Europeia e Estados Unidos declaram inaceitável o processo eleitoral e os seus resultados, que apenas foram reconhecidos pela Rússia, Bielorússia, China e Uzbequistão. Circulam entretanto rumores de que unidades especiais do exército russo teriam chegado ao aeroporto de Kiev, fortemente armados e fardados com uniformes ucranianos.
O que está a acontecer na Ucrânia constitui um excelente exemplo de como um povo unido pode impedir os devaneios de governantes corruptos que, para defender interesses pessoais, esquecem os princípios da democracia e conduzem o país para o abismo. Enquanto dezenas de milhares de pessoas se mantêm vigilantes nas ruas apesar do frio glacial e fazem greve geral, os jornalistas da televisão controlada pelo poder revoltam-se contra a censura, e os polícias e militares juntam-se ao povo, recusando-se a transformar o país num banho de sangue.
Resta-nos esperar que a revolução laranja saia vitoriosa, à semelhança das revoluções tranquilas de Belgrado e de Tbilissi, para que a palavra democracia se mantenha fiel ao seu verdadeiro significado.

:: enviado por JAM :: 11/26/2004 03:06:00 da tarde :: início ::
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