quinta-feira, novembro 25, 2004
O Mercado ou a Vida
Um relatório do Banco Mundial revela que metade dos palestinianos (quase 2 milhões de pessoas) vivem abaixo dos níveis de pobreza “aceitáveis”, dos quais 600 mil dispõem de pouco mais de 1 euro por dia para subsistir.
Mas, segundo revela hoje o jornal israelita Maariv, se a economia palestiniana está completamente paralisada desde há quatro anos, também em Israel cerca de um milhão e meio de pessoas passaram a viver abaixo dos níveis mínimos de pobreza (cerca de 22% dos israelitas). Como principais causas, apontam-se, como é evidente, os atentados suicidas e a redução do turismo.
O Banco Mundial conclui, no entanto, que, se a economia palestiniana depende totalmente da política israelita, a força de trabalho palestiniana não é, de modo algum, indispensável a Israel, que está, cada vez mais, a fazer entrar no país imigrantes vindos da Europa de Leste e da Ásia, para substituir os trabalhadores palestinianos, vistos como “terroristas potenciais”. Daí a política do governo de Sharon, segundo a qual, quanto mais depressa forem eliminados os palestinianos, mais depressa será reequilibrada a conjuntura económica de Israel.
Também aqui, a lógica do mercado se sobrepõe ao valor da vida humana.
:: enviado por JAM :: 11/25/2004 03:58:00 da tarde :: início ::