sábado, novembro 13, 2004
Preservar os valores democráticos
É indispensável, tal como na época do comunismo, continuarmos a dar prioridade à reflexão e à acção cívica, para não cedermos à manipulação. Tentemos construir uma sociedade mundial, para que a política não se reduza a uma tecnologia do poder e tenha uma dimensão moral. Paralelamente, os políticos dos países democráticos devem encarar seriamente a reforma das instituições internacionais capaz de permitir uma verdadeira "governância" mundial. Poderíamos começar pelas Nações Unidas, relíquia dos finais da segunda guerra mundial, que não reflecte as novas potências regionais e que dá o mesmo peso a países cujos dirigentes são eleitos democraticamente e àqueles cujos dirigentes só defendem os seus próprios interesses.
A nós europeus, que criámos a civilização industrial, que se estende agora ao resto do mundo, incumbe-nos um papel particular. Podemos explicar todos estes milagres e todas estas assustadoras contradições, como consequências dum sistema de valores de origem europeia. A unificação da Europa deveria por isso servir de exemplo ao resto do mundo para combater os perigos e os horrores que hoje nos submergem. Ao assumir esse papel - que está intimamente ligado ao sucesso da sua integração - a Europa assumiria plenamente as suas responsabilidades mundiais, em vez de acusar os Estados Unidos de todos os males do mundo contemporâneo.
VACLAV HAVEL, ex-presidente da República Checa - 1990-2003 (in La Libre Belgique)
:: enviado por JAM :: 11/13/2004 02:05:00 da tarde ::
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1 comentário(s):
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http://www.pianinho.blogspot.com/De Isa Maria, em novembro 13, 2004 3:01 da tarde