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sábado, dezembro 18, 2004

Clima de ficção anima a campanha

A propósito da coligação pré ou pós eleitoral entre PSD e PP, há uma teoria, posta a circular pelo PP, segundo a qual, pela primeira vez na História do pós 25 de Abril, poderemos vir a ter um primeiro ministro vindo de um partido que não será o mais votado. Esta teoria parte do pressuposto que o PS terá seguramente a maioria, mas poderá não ter a maioria absoluta. Nesta circunstância, deverá ter dificuldades em conseguir um apoio maioritário no Parlamento. Vai daí, qualquer tentativa para formar governo seria objecto de chumbo pela maioria dos deputados, obrigando Sampaio a convidar o líder do segundo partido mais votado para formar governo. Entraria então em acção a coligação pós eleitoral PSD/PP, maioritária, que viabilizaria a eleição de Santana Lopes para primeiro ministro.
Se pensarmos em Júlio Verne, não é a primeira vez que cenários de ficção científica se concretizam na realidade, mas não me parece que este romance de Paulo Portas tenha grandes chances de atingir essa glória.
Se o PP me parece um partido unido, a conjuntura interna do PSD é de profunda divisão. Apesar do pacto de não agressão assinado entre os dois partidos da direita, não me parece impossível que algumas figuras de proa do PSD, ou até mesmo o próprio Santana Lopes, façam apelo ao voto útil, o que poderá custar a humilhação eleitoral do PP. Santana situa-se na ala mais à direita do PSD e mais próximo de muitos simpatizantes do CDS do que de muitos militantes do seu próprio partido. O pacto de cavalheiros foi assinado entre Portas e Santana, não entre PP e PSD e, se nos lembrarmos da forma como caiu Marcelo do pedestal do PSD, por causa duma aliança com Portas, concluiremos que este pacto de não agressão não vai ter pernas para andar, a menos que caminhemos para uma fusão entre os dois partidos.
Em 2002 os portugueses sancionaram o PS pelos erros cometidos, e é bom que os socialistas não se esqueçam da lição. Não há razões para pensarmos que, três anos depois, o povo não vai voltar a agir da mesma forma. Com ou sem maioria absoluta, não é o PS quem vai ganhar. É o PSD/PP quem vai perder.

:: enviado por JAM :: 12/18/2004 04:41:00 da tarde :: início ::
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