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sábado, março 19, 2005

A teoria da relatividade em política

Bordéus – 10 de Março de 2005 (foto Reuters)

Falou-se muito nas últimas semanas, do efeito Freitas do Amaral e da sua evolução para a esquerda. Falou-se também que, talvez tenha simplesmente ocorrido uma evolução de todo o espectro político para a direita. Agora, o The Economist coloca a mesma questão em relação ao presidente francês Jacques Chirac, um veterano do gaulismo que se transformou num dos políticos mais à esquerda da Europa.
Chirac lançou há tempos a ideia duma taxa internacional de solidariedade para financiar o desenvolvimento em África e a luta contra a SIDA. No mês passado, a sua carta ambiental para a salvação do planeta tornou-se parte integrante da Constituição francesa. No plano económico, nos seus dez anos de poder, a política francesa tem resistido aos ataques da economia liberal. Nos negócios estrangeiros, o presidente francês não tem igual como porta-voz do antiamericanismo. No Próximo Oriente, as suas posições pró-árabes e a sua hostilidade à guerra no Iraque fazem dele um esquerdista cuja visão do mundo parece saída dum qualquer campus universitário. No seio da União Europeia, opõe-se à liberalização dos mercados e defendeu mesmo uma política industrial intervencionista.
Embora a análise do semanário britânico explique esta evolução para a esquerda como simples estratégia eleitoral ou como uma herança do gaulismo, o certo é que a França tem uma tradição de luta sindical e de mobilização social impar na Europa, facto de que a sondagem ontem publicada e que dá um número superior a 50 % de “nãos” à Constituição europeia, como resposta a uma Europa cada vez menos social, é uma manifesta evidência.

:: enviado por JAM :: 3/19/2005 10:34:00 da manhã :: início ::
2 comentário(s):
  • Se as coisas fossem tão simples como optar por carimbar com "esquerda" ou "direita"...

    De Blogger pindérico, em março 19, 2005 2:42 da tarde  
  • Agora temos que o Freitas do Amaral é de esquerda, o Chirac, pelos vistos, também, e quem mais? talvez o Berlusconi, talvez o Zé Mané...Oh meus amigos, não havia nexexidade...

    De Anonymous Anónimo, em março 21, 2005 1:56 da manhã  
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