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quarta-feira, abril 13, 2005

A capacidade do género humano

Do ponto de vista liberal, a linha de fronteira entre direita e esquerda só poderá fazer sentido se separar aqueles que, por acreditarem na capacidade do género humano e nos indivíduos, preferem a liberdade e um domínio público muito reduzido, e aqueles que, por duvidarem dos homens e das suas capacidades, lhe retiram espaço e manobra e o substituem, no seu dia-a-dia, pelo Estado.
A propósito desta pérola, deixo-vos aqui um bom exemplo da capacidade do género humano e dos indivíduos:

O mítico construtor britânico MG Rover pode ter ficado completamente falido na semana passada, mas, em contrapartida, os quatro directores da casa-mãe, John Towers, Nick Stephenson, Peter Beale e John Edwards – os chamados “Phoenix Four” – mais um quinto homem, Kevin Howe, que foi nomeado presidente em 2000, vão sem dúvida poder gozar uma reforma dourada. O Guardian conta que estes directores fizeram-se pagar a módica quantia de 40 milhões de libras (cerca de sessenta milhões de euros), desde que compraram a empresa à BMW, em 2000, por apenas 10 libras. Para além disso, venderam os terrenos onde se encontra implantada a sede da empresa, em Longbridge, a uma agência de desenvolvimento regional, ficando depois a pagar uma renda em sistema de leasing.
Entretanto, uma empresa chinesa, que se esperava poder vir a adquirir a MG Rover e salvar os seus seis mil postos de trabalho, acabou por recuar, após ter pago 67 milhões de libras no ano passado pelos direitos que lhe permitem fabricar os motores Rover na China, sem para isso ter que ficar com a empresa britânica.

Agora, depois de terem lido esta notícia (e outras como esta, cada vez mais frequentes) venham-nos falar de “neoliberalismo” e de “acreditar na capacidade do género humano e nos indivíduos”. Por este andar, estes mesmos senhores estarão brevemente a apregoar os ideais do “neofeudalismo”.

:: enviado por JAM :: 4/13/2005 09:05:00 da manhã :: início ::
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