segunda-feira, maio 02, 2005

A batata quente

O Presidente da República decidiu não convocar o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez por “não estarem asseguradas as condições mínimas” a uma “participação significativa na consulta”.

Com esta decisão, Jorge Sampaio lava as mãos, como Pilatos, e atira a questão da alteração da lei do aborto para o epicentro da próxima campanha presidencial. Neste contexto, será que o PS vai agora passar directamente para lei o diploma apresentado no Parlamento que propõe a despenalização do aborto nas primeiras dez semanas de gravidez, sem necessidade de um referendo? Caso contrário, se o PS pretende, como prometeu, fazer um referendo para ganhar, a quem vai entregar a bandeira da alteração da lei sobre a interrupção voluntária da gravidez? A Alegre, Vitorino ou Guterres?