terça-feira, junho 14, 2005

Por uma Constituinte dos povos da Europa

No espaço de poucos dias, o debate sobre a Europa mudou de dimensões. A Europa que nos foi proposta deixou de nos fazer sonhar. A Europa do carvão e do aço, tornada Europa dos mercados, tarda em encontrar o seu estatuto de Europa dos cidadãos. Os Estados têm um sentido, uma História, um conteúdo. Cabe a todos nós contribuir para por em prática as cooperações nacionais que permitirão fazer progredir esta Europa, de dimensões múltiplas, no respeito pela vontade dos povos de avançarem juntos para garantir um espaço de liberdade, de paz e de progresso social.
A Europa como potência mundial estava morta desde o fracasso da Comunidade Europeia da Defesa, em 1954. A sua segunda morte registou-se por altura das negociações para a entrada da Grã-Bretanha, em 1973. O funeral ocorreu agora em 29 de Maio e 1 de Junho.
Se queremos prosseguir a construção europeia em bases mais democráticas e mais sólidas, chegou o momento de proceder à eleição, por sufrágio universal, de uma Assembleia Constituinte dos povos da Europa, para sairmos definitivamente do funesto Tratado de Nice, verdadeiro responsável pelo bloqueio do funcionamento da União Europeia.