BRITEIROS: Another brick in the wall? <$BlogRSDUrl$>








domingo, novembro 20, 2005

Another brick in the wall?

“(...) Um feriado faz muita falta. Foi num feriado que um amigo nascido dos feriados – porque nas aulas não tínhamos tempo – me falou do “Principezinho” de Saint-Exupery. Na altura foi muito importante. Numa idade em que todos temos pressa, muita pressa, aquele livro (de que nenhum professor me falou) ajudou-me a perceber, entre muitas coisas, a importância do tempo. Do tempo que se conquista e do tempo que se concede – a nós próprios e aos outros (…)” Graça Barbosa Ribeiro, no “Público” de hoje.

Em principio, estamos de acordo: quem não tem uma jóia destas, proporcionada por um “furo” no horário escolar, guardada na sua arca de memórias?
Bom, mas isto, só por si, não chega para, como faz a colunista do Público, atacar e tentar derrubar as agora tão polémicas aulas de substituição.
Vamos lá ver: o que é que é preferível?
– Proporcionar aos alunos uma aula de substituição, ainda que não dada por um prof da mesma turma e/ou da mesma área, aula essa que pode ser tão interessante, produtiva e gratificante quanto o prof substituto puder e sobretudo quiser?
– Ou deixar o maralhal à vontade para fazer tudo o que lhes passar pelo capacete, sem qualquer enquadramento ou orientação (sabendo-se, como se sabe, que nem toda a gente aproveita os furos para falar de Saint-Exupery), apesar de ser suposto estarem na escola para obterem uma formação?
Será verdade que os professores têm uma ideia tão redutora da sua profissão que se sentem incapazes de (ou, pior do que isso, atingidos na sua dignidade por) substituírem um colega, já não digo dando uma aula de uma matéria que não é da sua área especifica (porque a isso não os obrigam), mas preenchendo aquele “furo” como educadores que é suposto serem? Não são capazes de aceitar esse desafio (mais um, afinal, numa profissão tão cheia deles) de encherem aquela hora de forma estimulante para os alunos e para o próprio professor? Querem limitar-se ao papel de meros funcionários que vão à escola debitar aquela, e só aquela, matéria, a que estão obrigados e, pronto, acabou? Ou, ainda pior do que isso, a questão, para muitos deles, é de natureza mais corriqueira: já estão dispostos a aceitar as aulas de substituição se estas forem pagas como horas extraordinárias?

Nota final: Se os professores optarem por dar aulas de substituição com fotocópias do Su Doku ou com qualquer coisa que obrigue os alunos a estarem fechados numa sala a fazer nada ou nada de relevante em termos pedagógicos, se assim for, eu, pessoalmente, acho que, aí sim, é de acabar de vez com as aulas de substituição e deixar a rapaziada em paz (teachers, leave the kids alone!): talvez alguns deles tenham a sorte de arranjar um(a) amigo(a) que os faça descobrir o “Principezinho”.

:: enviado por Manolo :: 11/20/2005 11:28:00 da tarde :: início ::
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