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terça-feira, dezembro 06, 2005

Civilidade e racionalidade

No essencial, Manuel Alegre ganhou mais do que Cavaco com este debate. Para o universo eleitoral do centro-esquerda que o pode eleger, Manuel Alegre apresentou-se com um discurso moderado mas sem prescindir de afirmar algumas das suas convicções. Procurou, sobretudo, não hostilizar um candidato com quem conta disputar o eleitorado do centro sem alienar o espaço da esquerda.
Alegre bateu-se pela ideia de que a sua candidatura não se reduz ao discurso económico – e conseguiu – que é suprapartidária e a que, à esquerda, abrange um espectro mais transversal de eleitorado do que a de Mário Soares.

:: enviado por JAM :: 12/06/2005 10:31:00 da manhã :: início ::
4 comentário(s):
  • Saiu hoje no CM a terceira sondagem da Aximage. E a Aximage não só foi a empresa que fez a primeira sondagem para estas presidenciais (em 28/10) como também foi a empresa que (anteriormente) maiores resultados “previu” para o Cavaco e para o Alegre. E agora diz-nos que o Cavaco perdeu 5,3%, o Alegre, 3,2% (e baixou para o 3º lugar) e que as pessoas que não sabem ou não respondem subiram 2,8% …Não, esta sondagem não é da tal empresa que os alegristas dizem ser tendenciosa: é até da empresa que mais fretes tem feito a Cavaco e a Alegre.

    De Anonymous Anónimo, em dezembro 06, 2005 9:31 da tarde  
  • Cooperação Estratégica

    Cooperação Estratégica, diz Cavaco.
    Que sim, diz Alegre, pois o que os ume é o ódio a Soares.

    Vasco Pulido Valente: «(...) Cavaco e Alegre concordaram muito e trocaram muita vénia e salamaleque. Não admira: tudo é bom, se for contra Soares. Odeiam o homem, lá isso odeiam.


    E lapsos:
    Cavaco Silva:
    «não há desenvolvimento sem estas três partes: económica, social, ambiental e cultural»

    Manuel Alegre:
    «Porque é que a Espanha em 1905 cresceu mais que Portugal?»

    Será da idade?

    O que faz mover Alegre, não é derrotar Cavaco, pois como os seus próprios apoiantes afirmam "Cavaco vai ser Presidente da Republica” ver no Independente. O que o move, neste momento é apenas querer ficar à frente de Soares na 1ª volta.

    Debate, não. Foi uma alegre e amena cavaqueira

    O debate de ontem à noite, deveria ter decorrido, por comparação, como se fosse um jogo de futebol. Jogo esse, em que uma das equipas (Cavaco), partia em vantagem em golos marcados, e outra (Alegre) necessitava de marcar, para poder seguir em frente. O que eu vi, foi que a equipa que deveria estar ao ataque, remeteu-se à defesa, a outra satisfeita com o andamento do jogo, limitou-se a gerir o resultado, sem grande esforço.

    Quando, finalmente, deveria ser contundente, jogando ao ataque, Alegre foi uma desilusão, pela benevolência em relação ao adversário. Parece que Alegre só sabe ser contundente para atacar aqueles com quem conviveu, durante 30 anos, e que agora por questões de táctica politica quer renegar. Afinal, alguém sabe que diferenças marcantes existem entre Alegre e Cavaco Silva? Eu não! É problema meu com toda a certeza.

    Tendo em conta o espírito que parece reinar nas hostes do candidato Alegre, e como um apoiante de Alegre dizia no Independente, deste fim de semana, “Cavaco vai ser Presidente da Republica” – A direita lhe agradecerá a entrega da Presidência ao Sr. Cavaco Silva.

    De Blogger Carlos Alberto, em dezembro 07, 2005 11:14 da manhã  
  • Carlos Alberto :
    Baptista Bastos escrevia há tempos mais ou menos isto:
    "O vazio ideológico da sociedade portuguesa tem produzido figurinhas de terceiro patamar que são alçadas a lugares de topo, sem o mínimo indispensável de conhecimentos, de paixão, de vontade, de cidadania. É sobretudo essa a razão do longo período de mediocridade e de apatia ética em que vivemos".

    O aparelho do PS, não só o de agora, mas já desde o tempo de Mário Soares, tem muito pouco de ideologia. Talvez desde o dia em que o próprio Mário Soares decidiu meter o socialismo na gaveta. E, o que lhe falta em ideologia, sobra-lhe agora em poderes obscuros, nascidos das autarquias, dos negócios dos terrenos, das empreitadas, das obras públicas...

    Os portugueses deveriam ter em conta que o que está em jogo nas próximas eleições presidenciais não são propriamente os candidatos, mas sobretudo os círculos em que cada um deles se move ou dos quais eles mais se afastam.
    Cavaco Silva, mais do que o personagem inofensivo que nos fala ternamente com a boca cheia de bolo-rei, representa acima de tudo toda a corja da direita retrógrada e fascizante que em volta dele se move como moscas.
    Pelo contrário, Manuel Alegre, não só está nas antípodas dessa mesma direita fascizante, mas ainda por cima ousou revoltar-se contra o vazio ideológico e o compadrio apodrecido do aparelho partidário em que esteve metido nos últimos trinta anos. E, ao ousar revoltar-se, juntou à sua volta todos aqueles que estão fartos da desumanização e da imoralidade dos políticos que nos têm governado desde então.

    De Blogger JAM, em dezembro 07, 2005 3:29 da tarde  
  • Alegre: perfil presidencial


    Foi bom ver e ouvir Manuel Alegre, com a voz vibrante e timbrada que o distingue, afirmar ontem à noite, na SIC, que é um homem de esquerda que se dirige a todos os que acreditam nos valores da pátria, da liberdade e da democracia para o ajudarem a vencer o candidato que representa o centro-direita.
    Mais relevante, no entanto, foi ter contrastado, de forma serena mas transparente, a sua concepção humanista e social da politica com a de Cavaco, que considerou economicista e tecnocrática.
    De resto, Alegre foi claro em todas as questões abordadas. Desde a cooperação institucional com os outros órgãos de soberania (que Cavaco chama de “estratégica” e não consegue explicar o que é) até ao comando e à participação das Forças Armadas em conflitos internacionais, do funcionamento da Justiça e da actuação do PGR até ao modelo de União e Constituição Europeia, passando pelo projecto-OTA, Alegre demarcou-se inequivocamente do seu adversário, que, umas vezes, como é seu hábito, mostrou não ter opinião, outras, mais não conseguiu do que balbuciar que estava “de acordo com o deputado Manuel Alegre” (depois do tabu do silêncio, agora até concorda com o adversário — com Cavaco, a caça ao voto não tem limites e a falta de pudor também não).
    Em conclusão (ideologia à parte): o candidato da Esquerda mostrou ser o único com um verdadeiro perfil presidencial! Só não viu quem não quer ver!…

    De Blogger Maio, em dezembro 07, 2005 5:07 da tarde  
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