quinta-feira, dezembro 01, 2005
O Sr. Trichet terá problemas de audição?
Aprendi, já lá vão alguns anos, que a Economia só é uma ciência exacta quando se trata de prever o passado. Em consequência, é difícil antecipar que implicações terá nas nossas vidas o aumento das taxas de juro decidido hoje pelo Banco Central Europeu.
Seja como for, a necessidade de um aumento das taxas de juro neste momento é, no mínimo, duvidoso. Numa altura em que as economias dos países da zona euro apresentam taxas de crescimento ridículas e níveis de desemprego obscenos, aumentar as taxas de juro pode ser mais um entrave à tímida recuperação económica que se anuncia.
Pondo de parte a explicação oficial de que se quer combater uma hipotética escalada inflacionista que só os doutos membros do Conselho do Banco conseguem antever, restam duas pistas mais banais e mais humanas para compreender a decisão. A primeira tem que ver com o papel do BCE e as suas atribuições: de todas – política monetária, condução das operações cambiais, gestão das reservas, funcionamento do sistema de pagamentos – a mexida nas taxas de juro é aquela que tem maior visibilidade pública. Ora, havendo algumas criticas de imobilismo em relação ao BCE, nada melhor que uma mexida nas taxas de juro para mostrar que se existe e que se fazem coisas. A segunda liga-se com a independência e ausência de controle político de que beneficia o BCE por via do Tratado da União Europeia (e que a Constituição Europeia queria eternizar, lembram-se?). Numa altura em que grande parte dos economistas, instituições internacionais e Ministros dos 25 pediam que não se tocasse nas taxas de juro, nada melhor do que fazer o contrário para se mostrar que se é independente.
Mas, porventura, a verdadeira explicação está nas declarações do Presidente do BCE na conferência de imprensa desta tarde e que, curiosamente, passou despercebida a quase todos os orgãos de comunicação social. Disse o Sr. Trichet: “311 milhões de pessoas esperam que asseguremos a estabilidade dos preços. A sua mensagem é clara.”.
Não sei que jornais lê o Sr. Trichet, que locais visita, com quem fala, mas uma coisa lhe posso garantir: a estabilidade de preços é, neste momento, uma das minhas (e das pessoa que conheço) ultimas preocupações. O Sr. Trichet estará a brincar ou tem problemas de audição?
Seja como for, a necessidade de um aumento das taxas de juro neste momento é, no mínimo, duvidoso. Numa altura em que as economias dos países da zona euro apresentam taxas de crescimento ridículas e níveis de desemprego obscenos, aumentar as taxas de juro pode ser mais um entrave à tímida recuperação económica que se anuncia.
Pondo de parte a explicação oficial de que se quer combater uma hipotética escalada inflacionista que só os doutos membros do Conselho do Banco conseguem antever, restam duas pistas mais banais e mais humanas para compreender a decisão. A primeira tem que ver com o papel do BCE e as suas atribuições: de todas – política monetária, condução das operações cambiais, gestão das reservas, funcionamento do sistema de pagamentos – a mexida nas taxas de juro é aquela que tem maior visibilidade pública. Ora, havendo algumas criticas de imobilismo em relação ao BCE, nada melhor que uma mexida nas taxas de juro para mostrar que se existe e que se fazem coisas. A segunda liga-se com a independência e ausência de controle político de que beneficia o BCE por via do Tratado da União Europeia (e que a Constituição Europeia queria eternizar, lembram-se?). Numa altura em que grande parte dos economistas, instituições internacionais e Ministros dos 25 pediam que não se tocasse nas taxas de juro, nada melhor do que fazer o contrário para se mostrar que se é independente.
Mas, porventura, a verdadeira explicação está nas declarações do Presidente do BCE na conferência de imprensa desta tarde e que, curiosamente, passou despercebida a quase todos os orgãos de comunicação social. Disse o Sr. Trichet: “311 milhões de pessoas esperam que asseguremos a estabilidade dos preços. A sua mensagem é clara.”.
Não sei que jornais lê o Sr. Trichet, que locais visita, com quem fala, mas uma coisa lhe posso garantir: a estabilidade de preços é, neste momento, uma das minhas (e das pessoa que conheço) ultimas preocupações. O Sr. Trichet estará a brincar ou tem problemas de audição?
:: enviado por U18 Team :: 12/01/2005 09:55:00 da tarde :: início ::