sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Bolkestein na América
É no mínimo intrigante a decisão da maior potência do mundo, de externalizar a administração dos seus principais portos, que são infraestruturas das mais vulneráveis a possíveis ataques terroristas ou desastres naturais. A história desta singular operação é longa e complexa e, para não a repetir, remetemo-vos para esta bela perspectiva das tensões em jogo.
Os media americanos estão em polvorosa sobre o assunto, não só porque as preocupações sobre a segurança parecem legítimas, mas também porque é controversa a aparente tentativa de melhorar a imagem dos Estados Unidos no mundo muçulmano, face à desastrosa guerra no Iraque. À medida que os jornalistas avançam no esclarecimento das reais motivações, começam a descobrir-se os pontos mais obscuros. Por exemplo, uma reportagem da NPR no porto de Newark, face a Manhattan, constata que afinal só um dos seis terminais seria co-gerido pela Dubai Ports World, enquanto que dois outros são já controlados por uma sociedade chinesa, que aparentemente nunca suscitou qualquer protesto.
A aprovação da sociedade do Dubai não tem pois nada de extraordinário, como atesta a opinião partilhada pelos vários especialistas ouvidos pelo New York Times. A história não deixará de repetir-se na Europa após a aprovação da célebre directiva Bolkestein e das suas previsíveis emendas destinadas a estendê-la a todo o mercado global. É, como diz a Leila, o feitiço se virando contra o feiticeiro.
:: enviado por JAM :: 2/24/2006 05:56:00 da tarde :: início ::
1 comentário(s):
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JAM, obrigada pela referência! :)De , em fevereiro 24, 2006 6:45 da tarde