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quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Dois pesos, duas medidas


© desenho de Osmani Simanca

O presidente Chirac está de regresso da Índia, onde, para além de mais umas dúzias de Airbus, foi vender um pacote de centrais nucleares. Jogada de antecipação oportuna, já que o presidente Bush tem agendada uma deslocação a Nova Deli, no início de Março, uma visita oficial que surge na sequência do acordo de cooperação nuclear assinado pelos dois países, em Julho de 2005.
Temos pois, de um lado a França e os Estados Unidos que esperam vender umas quantas centrais nucleares (prevêem-se 25 ou 30) a um país que possui a bomba atómica sem ter assinado o tratado de não proliferação (TNP). E do outro, a comunidade internacional que faz pressão sobre o Irão para que renuncie ao seu programa de enriquecimento de urânio, mesmo que seja só para fins civis.
O TNP é um tratado extremamente discriminatório. Em vigor desde 1970, estabelece uma clara diferença entre os Estados signatários, dotados da arma nuclear, e que têm o direito de a conservar (Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China), e todos os outros que a ela devem renunciar, em troca de ajuda para desenvolverem os seus próprios programas nucleares civis.
Mas o TNP é pior do que uma pedra no sapato: Aqueles que o assinaram estão sob vigilância permanente e toda a gente os chateia, enquanto que aqueles que se recusaram a assiná-lo fazem o que lhes apetece e, mesmo assim, recebem a abençoada ajuda. É o caso da Índia, do Paquistão e de Israel.

:: enviado por JAM :: 2/22/2006 04:24:00 da tarde :: início ::
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