terça-feira, março 07, 2006
Diplomacia caricata
© desenho de Patrick Chappatte
Ao mesmo tempo, está reunido desde ontem, em Viena, o conselho de governadores da AIEA, para discutir, entre outros, o caso do Irão. Mas, à medida que o cerco se aperta, começam a emergir as verdadeiras razões da Administração Bush. Ao qualificar o Irão de “ameaça global”, o representante americano no ONU, John Bolton, não se referia só às ambições nucleares de Teerão, mas sobretudo ao apoio por ele dado a organizações como o Hamas palestiniano ou o Hezbollah libanês, às ameaças provocadoras do presidente Ahmadinejad contra Israel, ao papel ambíguo que o Irão desempenha nas agitações no Iraque... sem esquecer as cobiçadas reservas de ouro negro.
Perante tudo isso, Bush e os seus amigos só vêem uma solução possível: a mudança do regime iraniano. Depois do fiasco no Iraque, é impossível endireitar o governo dos mollahs pela força. É muito mais fácil mudá-lo. Para começar a levar a cabo o intento, a Administração americana tem já orçamentados cerca de 85 milhões de dólares. Nenhuma táctica vai ser descurada. A começar pelas sanções que eles reclamam ao Conselho de Segurança da ONU e que não vão servir só para deter o programa nuclear de Teerão. O que eles pretendem mesmo é desestabilizar o regime e contribuir para a sua queda.
:: enviado por JAM :: 3/07/2006 10:57:00 da tarde :: início ::