BRITEIROS: E depois de Blair <$BlogRSDUrl$>








sábado, outubro 07, 2006

E depois de Blair

Tal como José Sócrates ficará na História portuguesa como o homem que liquidou de vez o socialismo, Tony Blair ficará conhecido como o homem que deu o golpe de misericórdia no trabalhismo. Tal como o PS de Sócrates, o trabalhismo britânico afastou-se de vez do ideário socialista e adoptou uma postura mais parecida com a da social-democracia liberal. Tal como com o PS de Sócrates, também no caso de Blair os eleitores caíram na ilusão de que ele pudesse conduzir um governo de esquerda, em que a primeira preocupação fosse o benefício social das grandes maiorias.
A grande diferença, em relação a Sócrates, foi o facto de Blair ter encetado um dos mais reaccionários e altercadores colonialismos da História recente da Grã-Bretanha. Depois de ter sido o político mais popular do país, a submissão de Blair aos Estados Unidos foi lastimável e degradou-o ao ponto de lhe fazer perder todo o prestígio, mesmo se o seu desempenho económico e o seu desenvolvimento da vida cultural disseminaram algumas invejas na maioria dos outros grandes países europeus.
O Financial Times (sem link) sublinhava há dias o dinamismo dos britânicos e propunha dar uma olhadela ao partido conservador dirigido por David Cameron, para mostrar que este já compreendeu que o seu partido vai ter que “rever a sua imagem junto dos ingleses”. Fala-se muito menos em cortes orçamentais para baixar os impostos, em investidas contra os requerentes de asilo ou em rusgas policiais junto dos delinquentes. Ainda segundo o FT, o jovem dirigente tory explicou aos membros do seu partido que era demasiado branco, demasiado masculino e demasiado classe média, e preveniu que, para ganhar as eleições, era preciso que o partido se tornasse no reflexo dos eleitores. E que, em consequência, era preciso recrutar mais mulheres e mais membros das minorias étnicas...
A popularidade de Cameron deve-se muito mais às falhas e às querelas internas dos trabalhistas do que ao seu próprio programa. Tanto mais que o líder conservador não costuma mostrá-lo. Primeiro diz que há que preparar o terreno antes de construir a casa... Mas as más línguas afirmam que ele não tem qualquer programa e que esse jovem de família desafogada, que trabalhou no mundo das relações públicas antes de se dedicar à política, não passa de imagem... sem qualquer substância. Eis a prova:


:: enviado por JAM :: 10/07/2006 02:56:00 da tarde :: início ::
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