sábado, outubro 07, 2006

Jornalista : uma profissão cada vez mais perigosa

A jornalista russa Anna Politkovskaya, célebre por ter feito a cobertura, muito crítica, da guerra na Chechénia, foi hoje descoberta assassinada, na capital russa, com o corpo crivado de balas. Rara jornalista russa a cobrir a Chechénia, escrevia regularmente para o bi-semanário Novaya Gazeta longos artigos em que denunciava a situação explosiva no Cáucaso russo, apesar das garantias de normalização dadas pelo presidente Putin ― o último livro da jornalista tem por título A Rússia de Putin.
Anna Politkovskaya foi uma das pessoas que tentou mediar a crise dos reféns no teatro Dubrovka, em Outubro de 2002, e foi também ela quem sobreviveu a uma tentativa de envenenamento, em Setembro de 2004, a bordo de um avião com destino a Beslan, no mesmo momento em que decorria a tragédia que tirou a vida a 344 pessoas, incluindo 186 crianças.
Anna Politkovskaya tinha recebido o Prémio Lettre Ulysses para a Arte da Reportagem, em 2003, pelo seu livro Chechénia: a desonra russa.
Modelo de coragem, de obstinação e de resistência, a melhor homenagem que lhe podemos prestar é não esquecer o seu nome e, se possível, ler os seus escritos de choque. Como este...