BRITEIROS: O enterro do bacalhau <$BlogRSDUrl$>








terça-feira, outubro 24, 2006

O enterro do bacalhau

Na “lista vermelha” de espécies ameaçadas de extinção, publicada pela União Mundial para a Conservação da Natureza (UICN), estão, este ano, 16.119 espécies de animais e plantas.
Agora, o próprio “fiel amigo” (não, não estou a falar do cão, mas do bacalhau) está a precisar de uma moratória no Mar do Norte. Nos últimos 30 anos, a captura de bacalhau diminuiu 70%. A continuar assim, não haverá bacalhau no Atlântico dentro de 15 anos ― dados e previsões do WWF.
Não milito em nenhuma organização ecologista e não tenho procuração de nenhuma delas, mas chateia-me que se fale dos ecologistas com ar pretensamente superior, que se comentem as suas teorias e práticas como se eles fossem uns tipos bizarros, extravagantes, meio lélés, ou pior ainda: fundamentalistas e/ou "eco-terroristas".
Porque, afinal, toda a gente está careca de saber que:
― o planeta parece grande, mas é finito e, assim sendo, os recursos são, à partida, limitados;
― o clima está a mudar para pior e está cientificamente provado que a actividade humana é em grande parte responsável por isso;
― a Natureza está a ser constantemente e cada vez mais agredida e está cada vez mais acuada pela actividade humana, e o seu poder de regeneração ameaça esgotar-se, não aguentando tanta pressão;
― e o sistema económico dominante no planeta (o capitalismo ― chamemos os bois pelos nomes!) está cada vez mais voraz, mais exigente, mais incapaz de se auto-conter, de se auto-limitar, exigindo sempre mais e mais...
Ainda por cima, a critica aos ecologistas vem daqueles que abrindo as torneiras têm água, abrindo a porta do hiper e a carteira têm comida, ligando o interruptor têm energia eléctrica, fazendo 18 anos podem votar e decidir dos seus destinos, e que, sendo assim, deveriam(os) pensar, pelo menos, no quão privilegiados são(somos) e na distância que (n)os separa dos que não têm diáriamente, água potável, comida, paz, que não têm abrigo que os proteja contra as consequências das alterações climáticas, que habitualmente não são chamados a votar seja o que for...
E, por falar em votar, já pensaram que as gerações futuras (no caso de virem a existir...) não têm voto na matéria, isto é, têm de limitar-se a aceitar o planeta no estado em que o deixarem as gerações presentes?...

:: enviado por Manolo :: 10/24/2006 10:26:00 da tarde :: início ::
0 comentário(s):
Enviar um comentário