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quarta-feira, novembro 08, 2006

Altas pressões sobre as alterações climáticas

Começou esta semana, em Nairobi, a 12ª conferência internacional sobre as alterações climáticas, que tem como principal objectivo uma busca imperiosa de mecanismos de adaptação dos diferentes países, nomeadamente os mais desprotegidos. Trata-se de uma discussão crucial para o futuro a médio prazo do planeta, sobretudo porque não é ainda consensual que o aumento da temperatura da Terra esteja relacionado com o aumento do uso de combustíveis fósseis. Muitos acham que essa relação não existe, quer para isso se baseiem em dados científicos, quer se apoiem nas subvenções que lhes são dadas pelas companhias petrolíferas.
Mais difícil do que fazer fé nessa conexão, é saber quais serão as consequências das alterações climáticas e o que deverá ser feito para as corrigir. Embora existam algumas previsões verosímeis, como o aumento do nível do mar e das superfícies desérticas ou as dificuldades em manter o actual nível de produção de alimentos, os modelos para analisar e prever a evolução do clima a nível global ainda não estão suficientemente desenvolvidos.
Saber que efeitos exactos terão as alterações sobre as espécies e, em especial, sobre a nossa é difícil e os exageros poderão ser fáceis. Se, por um lado, poderá existir mais do que um equilíbrio ecológico, não é menos verdade que a nossa espécie se adapta a qualquer situação, mesmo que isso possa tornar difícil a manutenção do nosso actual estilo de vida.
É provável que os efeitos relativos sobre diferentes partes do mundo sejam diferentes e que isso possa criar ainda mais conflitos a nível mundial. Aí sim, poderá advir um perigo real para a nossa espécie, sobretudo se isso implicar um aumento do nível de armamento atómico. Seja como for, a sociedade no seu conjunto e, em particular, os responsáveis políticos precisam de dispor dos melhores dados possíveis, para que sejam adoptadas medidas apropriadas, que podem ser menos populares. Como queremos produzir a nossa energia, onde é que teremos que poupá-la ou se devemos procurar sistemas que permitam reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, são decisões que não podem tomar-se sem afectar modos de vida, interesses ou concepções do mundo de grupos de pressão poderosos.
Por isso, são dignas de louvor todas as iniciativas mundiais que reúnam à mesma mesa aqueles que, por entre as graves incertezas, têm acesso aos dados e às reflexões, têm capacidade para digerir as informações e podem proporcioná-las à sociedade para que tome as decisões mais ajustadas.

:: enviado por JAM :: 11/08/2006 12:43:00 da manhã :: início ::
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