domingo, novembro 19, 2006
A grande purga
Anna Politkovskaya descreveu uma Rússia onde os métodos da guerra que há mais de sete anos desgraça o Cáucaso, em nome da luta contra o “terrorismo internacional”, acabaram por alastrar por toda a sociedade. Uma Rússia onde aqueles que atrapalham o poder, ou têm o azar de pertencer a um grupo étnico errado, podem ser capturados, detidos em campos de tortura ou simplesmente eliminados.Ninguém conseguiu garantir que, no dia 7 de Outubro, não houve, na cúpula do Estado russo, um assassino com galões, um perito em eliminar jornalistas demasiado curiosos, que tivesse chegado à conclusão que não havia outro remédio senão suprimir Anna Politkovskaya, para calar de vez essa jornalista indomável que não se contentava em escrever mas que, além disso, actuava.
Reduzir ao silêncio os opositores parece ser pois o principal objectivo fixado por Vladimir Putin, desde que, com as suas mãos de judoca, agarrou as rédeas da ex-URSS. Reduzir ao silêncio aqueles que, acima de tudo, gostariam de “tornar claro” ou “colher informações”, de um modo independente, objectivo e livre, acerca de alguma das zonas obscuras do regime.
Foi provavelmente isso que aconteceu a Alexander Litvinenko, um ex-coronel dos serviços secretos russos, que conduzia um inquérito sobre a morte de Anna Politkovskaya. Litvinenko está agora entre a vida e a morte, num hospital londrino, após ter almoçado com um dos seus “contactos”, num restaurante de “sushi”.
:: enviado por JAM :: 11/19/2006 10:34:00 da tarde :: início ::
1 comentário(s):
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"Foi provavelmente isso que aconteceu a Alexander Litvinenko"De Rouxinol, em novembro 25, 2006 8:27 da tarde
Dúvido muito disso, porque o governo russo só tinha a perder com a sua morte.
Deixo a minha opinião aqui
PS: Desculpa lá a publicidade